Missão da Axiom Space parte esta tarde para a Estação Espacial Internacional para realizar mais de 60 experiências científicas
A Missão Axiom 4 (Ax-4), da empresa americana Axiom Space, descola esta terça-feira, às 13h22 (hora de Lisboa), a partir da Plataforma de Lançamento 39A do Centro Espacial Kennedy, na Florida, Estados Unidos.
A bordo da cápsula Dragon, da SpaceX, viajam quatro astronautas de diferentes nacionalidades, naquela que será a missão mais internacional e cientificamente ambiciosa da empresa privada até à data.
A tripulação da Ax-4 é composta por Peggy Whitson (comandante americana), Shubhanshu Shukla (piloto indiano), Sławosz Uznański-Wiśniewski (especialista de missão polaco) e Tibor Kapu (especialista de missão húngaro). O grupo permanecerá cerca de 14 dias na Estação Espacial Internacional (EEI), com o objetivo de conduzir mais de 60 experiências científicas em ambiente de microgravidade.
Missão marca regresso histórico de três países à presença humana no espaço
A missão Ax-4 representa um marco significativo para os programas espaciais da Índia, Polónia e Hungria, com a presença dos seus primeiros astronautas na Estação Espacial Internacional e os segundos voos espaciais tripulados da história patrocinados pelos respetivos governos:
- Shubhanshu Shukla será o segundo astronauta nacional indiano a viajar para o espaço, após o histórico voo de Rakesh Sharma em 1984;
- Sławosz Uznański-Wiśniewski, astronauta de projeto da Agência Espacial Europeia (ESA), será o segundo polaco a cumprir uma missão espacial, depois de Mirosław Hermaszewski em 1978;
- Tibor Kapu tornar-se-á o segundo astronauta húngaro desde o voo de Bertalan Farkas em 1980.
Para a comandante Peggy Whitson, trata-se da sua segunda missão espacial comercial, consolidando o seu recorde como astronauta norte-americana com o maior tempo cumulativo no espaço.
Mais de 60 estudos científicos em 31 países
A Ax-4 leva consigo cerca de 60 projetos de investigação científica, representando 31 países de vários continentes, incluindo Portugal, Estados Unidos, Brasil, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Índia, Hungria, Polónia e diversas nações europeias. Trata-se da missão mais orientada para a ciência e investigação alguma vez promovida pela Axiom Space a bordo da EEI.
As investigações cobrem áreas como:
- O impacto da microgravidade em doenças como diabetes, cancro e degeneração muscular;
- Estudos com microalgas, culturas de sementes e sensores biométricos;
- Ensaios com impressão 3D em ambiente espacial;
- Análises sobre a cognição humana e os efeitos da radiação;
- Projetos de observação da Terra, ciências biológicas, ciências dos materiais e pesquisa em saúde humana.
Segundo a Axiom Space, a missão visa “reforçar a participação de países emergentes na investigação espacial”, promovendo colaboração internacional, valorizando o papel da ciência em microgravidade e abrindo portas à integração de novas nações no ecossistema orbital de baixa altitude (LEO – Low Earth Orbit).
Missão com selo governamental e apoio da ESA
A Ax-4 destaca-se também por ser a segunda missão comercial tripulada composta exclusivamente por astronautas patrocinados por agências governamentais ou pela Agência Espacial Europeia (ESA). Este formato híbrido entre iniciativa privada e patrocínio institucional demonstra a evolução do setor espacial para modelos de cooperação pública-privada, com a Axiom Space a desempenhar um papel cada vez mais central no transporte de tripulações à EEI.
A empresa, sediada nos EUA, tem planos para desenvolver a primeira estação espacial comercial da história, e as suas missões com tripulações internacionais têm servido de plataforma preparatória para essa transição. Através da parceria com a SpaceX, a Axiom Space tem assegurado o lançamento e o regresso em segurança de astronautas civis e institucionais.