Merlin Properties estreia-se na bolsa de Lisboa a partir de 15 de janeiro
A sociedade gestora de imobiliário espanhola Merlin Properties vai começar a negociar na Bolsa de Valores de Lisboa em 15 de janeiro, informou a empresa num comunicado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Madrid.
“Hoje, a Euronext Lisboa S.A. decidiu admitir para cotação e negociação no mercado regulado da Euronext de Lisboa (“Euronext Lisbon”) as ações representativas do capital social da Merlin (a “Empresa” e a “Listing”), através do procedimento de cotação direta (‘direct listing procedure’)”.
A cotação e negociação efetiva das ações na Euronext Lisbon terá lugar no dia 15 de janeiro ao preço a que as suas ações fecharem no dia 14 de janeiro em Espanha.
A Merlin é a maior empresa imobiliária cotada em Espanha atualmente, com uma capitalização bolsista superior a 5,9 mil milhões de euros (12,57 euros por ação), valor que a coloca em 24.º lugar entre as empresas cotadas no índice IBEX 35 de Madrid.
A empresa reforça assim a sua presença em Portugal, um mercado que identificou como fundamental para a sua estratégia de internacionalização.
Em várias ocasiões, o presidente da Merlin, Ismael Clemente, já tinha adiantado a intenção de entrar em bolsa em Portugal para melhorar a visibilidade da empresa de investimento imobiliário, especializada em escritórios e instalações comerciais, no mercado português.
Com um resultado líquido de 316,2 milhões de euros até setembro de 2019, a Merlin concentrou a sua atividade de investimento no ano passado principalmente em Lisboa, com a aquisição de três edifícios de escritórios.
O diretor-geral para Portugal da Merlin, João Cristina, sublinhou em outubro último, em declarações à Lusa que, em termos de capitalização, a empresa seria a quinta maior do PSI20.
Por seu lado, Inês Arellano, diretora da Merlin Properties, sublinhou, na mesma ocasião, a intenção da empresa em aumentar o peso dos ativos portugueses no portfólio.
Os nove edifícios de escritórios que a empresa tem em Portugal, a par com dois espaços comerciais (o Monumental, em Lisboa, e o Almada Fórum) e da plataforma logística Lisboa Norte, representam cerca de 9% dos ativos globais, mas o objetivo é reforçar o peso do investimento português para os 15% da carteira total.
Inês Arellano adiantou que esse reforço do peso do investimento em Portugal poderá ser feito através de novas aquisições e também pela venda de alguns ativos em Espanha.
A mesma responsável salientou, contudo, que o foco da empresa continuará nestas três áreas, descartando investimentos no turismo e na habitação.