Mercedes mítico da Fórmula 1 torna-se o carro de corrida mais caro de sempre: daria para comprar mais de 1.270 Tesla Model 3

O Mercedes-Benz W 196 R ‘Monza’ Streamliner de 1954 fez história no passado sábado ao tornar-se o carro de Fórmula 1 mais valioso alguma vez vendido – é também o segundo carro mais caro arrebatado em leilão. Se se considerar o preço de um Tesla Model 3 é de cerca de 40 mil euros em Portugal, falamos que se poderiam comprar 1.278 modelos da marca de Elon Musk

O leilão deste modelo alemão, realizado pela casa de leilões britânica RM Sotheby’s, ocorreu no Museu Mercedes-Benz em Estugarda e o comprador apresentou o lance vencedor por telefone, sem contudo revelar a sua identidade, que pagou por esta ‘joia sobre rodas’ perto de 51,155 milhões de euros.

O carro foi doado em 1965 pela Mercedes-Benz ao Museu Indianapolis Motor Speedway (IMS), nos Estados Unidos, e agora foi o Museu IMS que o devolveu após 59 anos de cuidados meticulosos, a fim de arrecadar fundos através do leilão para restauração e ampliação do museu.

O incrivelmente raro, belíssimo e extraordinariamente rápido Mercedes-Benz W 196 R ‘Monza’ Streamliner de 1954, número do chassi 00009/54, está entre os carros de corrida mais procurados e colecionáveis ​​do planeta. Considerado uma verdadeira joia do automobilismo, este modelo é um exemplo de inovação, engenharia e domínio nas pistas de Fórmula 1. O seu legado foi construído por pilotos lendários como Juan Manuel Fangio e Stirling Moss juntamente com a visão do brilhante engenheiro Rudolf Uhlenhaut.

O Mercedes-Benz W 196 R marcou o regresso da marca alemã às corridas de Grande Prémio após a II Guerra Mundial, com uma combinação perfeita de aerodinâmica e tecnologia de ponta. O seu chassis tubular leve, suspensão avançada e motor de oito cilindros em linha com injeção direta de combustível Bosch, tornaram-no uma máquina imbatível nas pistas.

Um dos aspetos mais inovadores foi a sua carroceria aerodinâmica, conhecida como Stromlinienwagen ou Streamliner, projetada para otimizar a velocidade em circuitos de alta velocidade, como Reims e Monza. Com uma velocidade máxima de mais de 300 km/h, o W 196 R era uma verdadeira ‘bala de prata’.

A estreia do W 196 R na temporada de Fórmula 1 de 1954 não poderia ter sido mais espetacular. No Grande Prémio de França, Juan Manuel Fangio levou o carro à vitória: com um total de 9 vitórias em 12 corridas, Mercedes-Benz e Fangio garantiram o campeonato mundial, demonstrando a supremacia da engenharia alemã.

Em 1955, a equipa continuou o seu domínio, com Fangio e a adição do jovem talento britânico Stirling Moss. A vitória no Grande Prémio da Itália em Monza, com Moss ao volante do chassi 00009/54 na sua configuração aerodinâmica, é lembrada como um dos grandes feitos da história do automobilismo.

O Mercedes-Benz W 196 R não deixou apenas a sua marca na Fórmula 1, mas também influenciou modelos futuros: a sua tecnologia foi transferida para modelos icónicos como o Mercedes-Benz 300 SLR e o lendário 300 SL “Gullwing”.