Médio Oriente: PM libanês admite trégua entre Israel e Hezbollah antes das presidenciais norte-americanas

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou hoje esperar um cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, adiantando que os Estados Unidos admitiram que isso possa acontecer antes das eleições presidenciais norte-americanas, previstas para 05 de novembro.

“Estamos a fazer o nosso melhor (…) para obter um cessar-fogo nas próximas horas ou dias”, disse Mikati numa entrevista ao canal local al-Jadeed, acrescentando que estava “cautelosamente otimista”.

Segundo a agência France-Presse (AFP), Mikati adiantou que, numa chamada telefónica hoje, o enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Amos Hochstein, “sugeriu que se poderia chegar a um cessar-fogo nos próximos dias, antes do dia 5 do próximo mês”.

O Departamento de Estado dos EUA revelou que uma delegação norte-americana viaja hoje para Israel para prosseguir negociações sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza e no Líbano.

Amos Hochstein e Brett McGurk, responsável pelo Médio Oriente na Casa Branca, vão liderar estas discussões com Israel, indicou hoje o porta-voz do Departamento de Estado aos jornalistas.

Matthew Miller disse que os dois responsáveis “vão discutir uma resolução diplomática no Líbano, bem como formas de pôr fim ao conflito em Gaza”.

Os Estados Unidos, ao lado do Egito e do Qatar, tentam há meses obter um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, mais de um ano depois do início da guerra, que entretanto se alastrou ao Líbano.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado (equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros), Washington procura igualmente “uma solução diplomática que permita aos civis, tanto no Líbano como em Israel, regressar a casa”, ao mesmo tempo que insta as forças israelitas a absterem-se de “danos consideráveis” na frente libanesa contra o grupo xiita Hezbollah.

“Deixámos claro que a campanha que estão a travar no Líbano não deve, nem pode, assemelhar-se à que travaram em Gaza”, declarou Matthew Miller.

O novo conflito no Médio Oriente foi desencadeado em 07 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.

Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 43 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.

A guerra alastrou-se ao Líbano, onde, após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou desde 23 de setembro um forte ataque contra o Hezbollah, que, segundo as autoridades de Beirute, já provocou mais de 2.800 mortos, a maioria dos quais no último mês, e cerca de 1,2 milhões de deslocados.

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