Mais dois gigantes da banca norte-americana a tombar. Crise corta lucros do Morgan Stanley e BlackRock
O banco de investimentos dos EUA, Morgan Stanley, anunciou, esta quinta-feira, uma redução no lucro líquido no primeiro trimestre deste ano na ordem dos 30%, passando a 1,7 mil milhões de dólares, enquanto a receita ficou em 9,5 mil milhões, o que traduz uma queda de 8%.
Os dois números dececionaram as previsões mais otimistas dos analistas mas, ainda assim, importa atentar que o Morgan Stanley é o banco, entre as maiores entidades dos EUA, que menos reduziu os lucros trimestrais.
As quedas dos seus rivais variam entre 45% para o Bank of America, 46% para o Goldman Sachs, 46% para o Citigroup e 69% para o JPMorgan e 89% para o Wells Fargo. No total, estes bancos alocaram recursos extraordinários de mais de 20 mil milhões de dólares no primeiro trimestre para responder ao risco crescente de incumprimentos.
Neste contexto, o Morgan Stanley provisionou cerca de mil milhões de dólares. E, em contrapartida, o contou com a boa performance da área de investimento, que beneficiou, neste trimestre, do aumento da volatilidade e atingiu receitas de 4,9 mil milhões (mais 30%).
A área de gestão de fortunas, onde o Morgan Stanley cresceu muito nos últimos anos, permaneceu estável em cerca de 4 mil milhões de dólares.
O CEO da empresa, James Gorman, que adoeceu com coronavírus mas já está recuperado, ressalva as incertezas desta fase e alerta que o Morgan Stanley pode não atingir as metas anuais.
Por sua vez, a BlackRock também registou uma queda no lucro de 23% no primeiro trimestre, para 806 milhões de dólares, abaixo das projeções dos analistas.
O maior gestor de fundos do mundo também reduziu o volume de ativos sob gestão, que passou de 7 biliões de dólares no final de 2019 para 6,5 biliões em março.
O CEO da BlackRock, Laurence Fink, chamou a situação de “sem precedentes”.