Mais de 30 migrantes encontrados em ilha sem nome entre a Turquia e a Grécia
As autoridades gregas encontraram 38 pessoas, incluindo 22 homens, nove mulheres e sete crianças, a viver numa pequena ilha no rio Evros, perto da cidade de Lavara. O grupo estaria nesse local desde meados de julho.
De acordo com o governo da Grécia, os migrantes foram encontrados na passada segunda-feira e terão já sido transportados para o continente. O Ministério das Migrações grego garante que as pessoas resgatadas, entre elas uma mulher grávida, estavam em “condições muito boas”, sendo a gestante encaminhada para um hospital por precaução.
No entanto, uma criança terá morrido na ilhota, segundo denunciam organizações dos direitos humanos, citadas pela ‘BBC’, algo que ainda não foi confirmado pelas autoridades gregas. No entanto, sabe-se que o governo da Grécia já terá estabelecido contacto com a rede humanitária Movimento Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho para que o cadáver da criança seja recolhido para poder se enterrada.
Crê-se que todos os 38 migrantes sejam de origem síria e que não foram encontrados mais cedo porque não se sabia ao certo onde estariam, embora as autoridades já tivessem conhecimento de que o grupo estaria algures na fronteira entre a Grécia e a Turquia.
Uma das mulheres terá acusado as autoridades gregas e turcas de gerirem a situação como “um jogo de futebol entre os dois lados”.
“Ninguém nos quer. Ninguém no ouve. Ninguém nos quer ajudar”, lamenta a mulher.
O governo da Grécia já tinha estado sob os holofotes mundiais pelas piores razões no que toca à gestão da migração, com algumas organizações a acusarem Atenas de enviar para os países de origem milhares de requerentes de asilo, uma prática conhecida como “pushback”, que são ilegais ao abrigo de convenções internacionais de Direitos Humanos.
As autoridades gregas têm rejeitada todas as acusações de violação dos tratados internacionais em matéria de acolhimento de refugiados.
Estiam-se que, entre janeiro e junho deste ano, tenham chegado à Grécia, através do mar, 232 migrantes sírios.
A Amnistia Internacional escreveu hoje no Twitter que “aliviados por saber que um grupo de refugiados e migrantes retidos durante dias numa ilhota no rio Evros estão finalmente em segurança na Grécia”.
Relieved to hear a group of refugees & migrants stranded for days on an #Evros river islet are finally safe in #Greece. But very sad about reports of the death of a 5 year old child and concerned about delays in rescuing them. Seeking asylum is a human right. pic.twitter.com/Rvjyxc37UK
— Amnesty EU (@AmnestyEU) August 16, 2022
Contudo, salienta que “é com tristeza que sabemos da morte de uma criança de cinco anos e com preocupação sobre os atrasos no resgate”.
Já no dia 10 de agosto, a ‘Aljazeera’ comunicava que Baida estava em contacto com advogados e jornalistas e que teria comunicado a morte da criança, alegadamente uma menina, enviando fotografias do corpo para comprovar a ocorrência. Crê-se que tenha morrido depois de ter sido picada por um escorpião.
Outra menina, de nove anos, estaria em estado crítico também devido a picada.
Na semana passada, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos havia decretado que a Grécia estava proibida de remover o grupo de solo grego e que lhes deveriam ser prestados cuidados de saúde, alimentos e água.