Portugueses reprovam o estado da nação mas não encontram alternativa ao atual Governo: PSD não convence
A maioria dos portugueses garantiu que o estado da nação é “mau ou muito maus”, três vezes mais dos que fazem uma avaliação positiva (17%), apontou esta quinta-feira uma sondagem da Aximage publicada no ‘Jornal de Notícias’. As três áreas mais problemáticas são, para os inquiridos, a habitação (80%), educação (62%) e economia (60%).
Segundo a sondagem, as mulheres são as mais críticas: 63% estão insatisfeitas – 55% no caso dos homens – mas uma em cada quatro avaliou Portugal como “muito mau”. Entre os menos pessimistas estão as pessoas mais velhas, embora o saldo entre avaliações favoráveis e desfavoráveis seja negativo (19 pontos).
Numa avaliação mais precisa, 80% dos portugueses destacaram que o estado da habitação no país é “mau” (44% garantem ser “muito mau”), apesar dos apoios do Governo às rendas ou a bonificação dos juros para quem tem crédito à habitação. As maiores críticas chegaram da Área Metropolitana do Porto (85%) e dos mais jovens (54%).
Seguem-se, praticamente a par, a educação e economia: aqui as mulheres são as mais descontentes (mais 15 pontos do que os homens, 67%) mas entre os jovens ‘ninguém aplaude’: entre os 18 e 35 anos, 72% avaliaram o estado da economia como “mau”.
Os problemas que efetivamente preocupam os portugueses – custo de vida, rendimentos, habitação e SNS – devem estar esta quinta-feira em debate na Assembleia da República, palco do debate do Estado da Nação com o Governo. Em particular, os salários e produtividade, seguida da inflação e depois a habitação. Por último, o conflito com os médicos do SNS, que preocupa os mais velhos. A imigração mereceu também destaque, com 6% dos portugueses a pedir que se dedique atenção no Parlamento.
O futuro político em Portugal também foi alvo da sondagem, para 56% dos portugueses, o Governo vai durar até ao final da legislatura, ou seja, até ao outono de 2026. E há 54% dos inquiridos que não acreditam que o PSD tenha, nesta altura, condições para ser alternativa ao PS (54%).