
Maiores cidades do mundo enfrentam ‘chicote climático’ de inundações e secas, alerta estudo
O clima em algumas das cidades mais densamente povoadas do mundo está a balançar entre secas e inundações conforme as temperaturas crescentes estão a causar estragos no ciclo de água global, salientou esta quarta-feira um estudo da ‘WaterAid’.
De acordo com o estudo, o sul e sudeste da Ásia enfrentam tendências mais fortes de humidade, ao passo que Europa, Médio Oriente e o norte de África estão a tornar-se cada vez mais secos, revelaram os investigadores, num estudo que recolheu dados climáticos de 42 anos em mais de 100 das cidades mais populosas do mundo.
“Haverá vencedores e derrotados associados às mudanças climáticas”, sublinhou Michael Singer, do Instituto de Pesquisa da Água da Universidade de Cardiff (País de Gales), um dos autores do estudo. “Já está a acontecer.”
A cidade oriental de Hangzhou, na China, e a capital da Indonésia, Jacarta, lideraram a lista de cidades que sofrem de “chicote climático” ou uma rápida sucessão de inundações e secas prolongadas, mostrou o estudo.
Até 15% das cidades pesquisadas também enfrentaram o pior dos dois mundos, com os riscos extremos de inundações e secas a subirem ao mesmo tempo – entre elas está a cidade texana de Dallas, o centro comercial chinês de Xangai e Bagdad, capital do Iraque.
“Não se pode simplesmente assumir que todos os lugares vão ter uma resposta similar ao aquecimento atmosférico”, acrescentou Singer. “Não se importa com quem você é, seja rico ou pobre ou ter uma ótima infraestrutura ou não.” A cidade costeira de Hangzhou, na China, estabeleceu um recorde com mais de 60 dias de temperaturas extremas altas no ano passado e também foi atingido por inundações graves que forçaram dezenas de milhares a evacuar.
Muitas cidades que construíram infraestruturas para maximizar os abastecimentos escassos de água ou mitigar os danos causados por inundações agora estão enfrentar circunstâncias totalmente diferentes e precisam investir para se adaptar, alertou Singer.