Maior fundo soberano do mundo prepara venda sem precedentes

A crise do coronavírus e a queda nos preços do petróleo estão a pressionar a Noruega e, para obter liquidez, o país terá avançado com a venda de cerca de 37 mil milhões de dólares (cerca de 34 mil milhões de euros) em ativos do seu fundo soberano, o maior do mundo, numa venda que pode ter consequências significativas para mercados, noticia a ‘Bloomberg’.

Segundo a agência, os danos provocados pela crise do coronavírus na Noruega levarão a uma venda massiva sem precedentes na história do país. O maior fundo público do mundo será, assim, forçado a alienar posições para que a liquidez possa fluir adequadamente.

A venda em curso poderá atingir os 37 mil milhões de dólares, segundo apurou a Bloomberg que acrescenta que se traduzirá na maior retirada de capital do fundo, quatro vezes superior ao recorde atingido em 2016.

Neste ano (2016), os mercados viram o preço do petróleo a ficar abaixo de 30 dólares no caso do barril que a Noruega vende, Brent. Este ano, as quedas de petróleo diminuíram ainda mais, para níveis nunca vistos desde 2002, tendo atingido 19,3 dólares.

Com a procura de petróleo em colapso devido às medidas de contenção face à pandemia da covid-19 decretadas em todo o mundo, os preços sofreram um revés sem precedentes na história.

Embora nos últimos dias pareça que no percurso do petróleo se começa a ver uma luz no fim do túnel, com uma recuperação de mais de 53% do seu preço em relação às quedas registadas já este ano, até 30,6 dólares no caso do barril Brent, o impacto da queda que ocorreu e a incerteza gerada pela crise parecem ter forçado a Noruega a tomar esta decisão drástica.

Recorde-se que o Fundo Global de Pensões do Governo da Noruega registou, no final de março último, um retorno negativo de 16,17% como resultado das quedas gerais que as Bolsas de Valores sofreram em todo o mundo naquelas semanas.