Lisboa pinta-se hoje com as cores do arco-íris: É dia da 26.ª Marcha do Orgulho LGBTQI+

Lisboa prepara-se para acolher, hoje, a 26.ª edição da Marcha do Orgulho LGBTQI+, uma manifestação pública que, ano após ano, transforma as ruas da capital num espaço de visibilidade, resistência e celebração da diversidade. Com início marcado para as 16h30 no Marquês de Pombal, o percurso seguirá pela Avenida da Liberdade até ao Terreiro do Paço, num trajeto já simbólico na história das reivindicações sociais em Portugal.

Sob o lema “celebração da existência e resistência pela liberdade”, a organização convida todas as pessoas a juntarem-se a este momento de afirmação coletiva. “A marcha é uma celebração, sim, mas é também uma resposta à invisibilização e à discriminação que ainda marcam a vida de tantas pessoas LGBTQI+ em Portugal e no mundo”, afirma a Comissão Organizadora em nota pública.

A edição de 2024 já tinha sido um marco histórico, ao reunir mais de 50 mil participantes nas ruas lisboetas, num ano em que se assinalaram os 50 anos do 25 de Abril. A marcha daquele ano recordou que, durante o regime fascista, o discurso oficial negava a existência de pessoas LGBTI+, enquanto, na prática, estas eram alvo de perseguição e repressão.

A memória dessa opressão, aliada à celebração das conquistas democráticas, serviu então de mote para um apelo renovado à liberdade. Agora, em 2025, a organização reforça que “a luta não acabou”, sublinhando a necessidade de manter o foco na defesa dos direitos humanos, na promoção da igualdade de oportunidades e no combate à discriminação com base na orientação sexual, identidade ou expressão de género.

A edição deste ano contará com a participação de 18 associações e coletivos com intervenção política na área LGBTI+, que se juntam à marcha não apenas como expressão de protesto, mas também como uma mostra da pluralidade de vozes e realidades dentro da comunidade.

Entre os apoios institucionais, destaca-se a presença da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), que volta a marcar presença nesta iniciativa. Em comunicado, a CIG sublinha que a sua participação simboliza “o compromisso firme com a promoção da igualdade e a defesa dos direitos das pessoas LGBTI+”, sobretudo num contexto em que é necessário “reafirmar os valores da liberdade, da inclusão e do respeito pela diversidade”.

Apesar do ambiente festivo, a Marcha do Orgulho LGBTQI+ de Lisboa é, acima de tudo, um espaço de luta política. Todos os anos, os manifestantes exigem políticas públicas que garantam proteção efetiva contra crimes de ódio, acesso igualitário à saúde, educação inclusiva, reconhecimento legal da autodeterminação de género e visibilidade das múltiplas vivências dentro da comunidade LGBTQI+.

A organização lança um apelo claro: “Marca na agenda e junta-te a esta marcha pela liberdade!” Para além do desfile, o evento deverá contar com performances artísticas, discursos e outras intervenções políticas ao longo do percurso, num esforço conjunto para dar voz à diversidade e reforçar a solidariedade.

Este sábado, Lisboa volta a erguer as cores do arco-íris com orgulho e determinação. Porque existir é resistir — e marchar é afirmar que todas as formas de amor, identidade e expressão merecem reconhecimento e respeito.