Lisboa foi ultrapassada na habitação: é no Norte que se estão a construir mais casas novas

O Porto e Vila Nova de Gaia afirmaram-se, em 2024, como um dos principais destinos nacionais para o investimento em nova habitação. Segundo os dados do Observatório Imobiliário de Gaia, dinamizado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em parceria com a Confidencial Imobiliário, o concelho registou pedidos de licenciamento para 3.400 novos fogos, superando Lisboa, que contabilizou 2.600 unidades.

Este valor representa mais do dobro da média dos municípios do Grande Porto, que se ficou pelos 1.500 fogos licenciados.

A freguesia de Canidelo destacou-se como a mais dinâmica no concelho, concentrando 36% dos fogos em carteira (1.220), seguindo-se a União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso, com 25% (860 fogos). Já a União de Freguesias de Santa Marinha e São Pedro da Afurada reuniu 16% do pipeline (550 fogos). As restantes áreas urbanas interiores e litorais absorveram, respetivamente, 12% (390 fogos) e 11% (360 fogos) do total.

No que diz respeito ao licenciamento efetivo, o município aprovou cerca de 1.900 novos fogos em 2024, duplicando a média regional, que se fixou nos 800 por município. A atividade registou um reforço no segundo semestre do ano.

Os preços praticados no concelho refletem a atratividade da zona. Em 2024, os preços de transação de habitação nova atingiram os 3.735€/m², praticamente o dobro do valor da habitação usada (1.963€/m²). Apesar disso, os valores mantêm-se 27% abaixo dos preços médios do Porto, onde a média se situou nos 3.256€/m².

O mercado registou também uma forte recuperação em 2024, com a venda de 5.900 fogos — um aumento de 20% face a 2023. O quarto trimestre foi particularmente expressivo, com 1.700 transações, mais 48% do que no mesmo período do ano anterior. Esta dinâmica foi acompanhada por uma valorização dos preços, com variações trimestrais superiores a 2% na segunda metade do ano, levando a um crescimento homólogo de 4% no final de 2024.