
Letónia avança para proibir viagens turísticas à Rússia e Bielorrússia
O parlamento da Letónia deu um passo importante para proibir agências de viagens de organizarem excursões turísticas à Rússia e à Bielorrússia, numa medida que visa reduzir riscos de violações de direitos humanos contra cidadãos letões e evitar que sejam recrutados como espiões.
A proposta de alteração à Lei do Turismo foi enviada para análise na comissão parlamentar responsável, marcando mais um endurecimento da posição do governo letão contra Moscovo e Minsk no contexto das tensões geopolíticas atuais.
O deputado Gatis Liepiņš, do partido Nova Unidade, que impulsionou a proposta, justificou a necessidade da proibição alegando que viajar para estes países representa atualmente um risco elevado.
“As viagens para a Rússia e Bielorrússia são, neste momento, uma questão de segurança. Não podemos permitir que continuem a ser organizadas excursões e que autocarros cheios de cidadãos letões viajem para países que expressam abertamente o desejo de ocupar a Letónia”, afirmou Liepiņš.
A Letónia, que faz fronteira com a Rússia e a Bielorrússia, tem sido um dos países da União Europeia mais críticos em relação ao Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia. Esta proposta de lei surge no âmbito do pacote de sanções contra a Rússia e a Bielorrússia, que tem vindo a ser reforçado por Riga desde a invasão russa da Ucrânia em 2022.
Uma das razões apontadas para a proibição é o número crescente de detenções de cidadãos letões em território russo. Segundo Liepiņš, 30 letões foram presos na Rússia em 2024, e as autoridades letãs têm capacidade muito limitada para prestar assistência nesses casos.
Este tipo de incidentes aumenta as preocupações de que cidadãos letões possam ser usados como peões em disputas políticas ou mesmo alvos de recrutamento forçado por serviços de inteligência russos.
A proposta de lei prevê que a proibição se aplique a todas as empresas de turismo registadas na Letónia, impedindo-as de promover ou organizar viagens turísticas à Rússia e à Bielorrússia.
Ainda não há uma data definida para a votação final da proposta no parlamento letão, mas a medida conta com forte apoio dentro da coligação governamental, sendo vista como parte da estratégia para reforçar a segurança nacional e reduzir a influência russa no país.