Legislativas: Ventura quer plataforma para entendimento com a AD e IL sobre revisão constitucional e já tem eixos definidos

André Ventura, líder do Chega, falou esta sexta-feira ao País sobre a investigação do Ministério Público a vídeos publicados por ele e elementos do partido relacionados com a comunidade cigana e que, segundo queixa apresentada por várias associações, constituem crimes de incitamento ao ódio. Na intervenção, Ventura reagiu ainda ao processo de revisão constitucional que a IL indicou esta semana que irá propor, e defendeu uma plataforma de entendimento com este partido, bem como com a coligação da AD (PSD/CDS-PP), no sentido de definir os principais eixos (sendo que o Chega já tem os seus principais definidos).

Sobre a investigação do MP, Ventura adiantou que irá responder e apresentar, quando for chamado a prestar declarações, alegadas ameaças que ele e elementos do partido receberam durante a campanha eleitoral, alegando que ele próprio e a família foram alvo de ameaças de morte. “Não ouvi das associações que apresentaram queixa uma palavra de condenação a esta violência”, indicou.

“Vivemos num pais que tem dedo proteção constante a esta comunidade. Há sempre uns coitadinhos que têm direito a tudo. Atacar e perseguir políticos… é uma proteção que não se compreende”, continuou Ventura.

“Durante a campanha, o Chega e eu, tivemos o maior nível de ameaça. Ameaças direcionadas, vocacionadas a mim e à minha família com o objetivo de me eliminar fisicamente.
Vamos entregar à justiça, no momento em que inquérito seja levado a cabo, as várias ameaças que recebemos. Aceito o inquérito que derivou de queixa destas associações. Responderei ao que seja solicitado, em qualquer instância judicial ou judiciária, mas não posso deixar de dizer ao Estado, que esta proteção constate à comunidade cigana tem de acabar neste País”, indicou o líder do Chega.

Logo em seguida, questionado pelos jornalistas sobre o que o partido pretende para o processo de revisão constitucional, André Ventura explicou que o partido “quer um entendimento” à direita, “com a AD e com a IL, em plataforma própria”, e elencou alguns dos eixos, que constam do programa do partido, que guiarão o Chega neste trabalho.

Para além da revisão de penas de crimes graves e so sistema judicial, Ventura elencou ainda medidas como a redução de deputados na Assembleia da República, criminalização do enriquecimento ilícito. “É a oportunidade de fazer o que ninguém tentou ou conseguiu até agora – garantir a neutralidade ideológica da Constituição, que não pode caminhar para socialismo, ou liberalismo, ou conservadorismo, não pode caminhar para lado nenhum, sem ser para onde o povo quiser ir”, resumiu Ventura.