Legislativas: Portugueses estão descontentes com o Governo e prometem ir às urnas. Saúde e habitação são críticos
A poucos dias das eleições legislativas, um estudo conduzido pelo Portal da Queixa revela um clima de desilusão generalizada entre os portugueses em relação à governação do país, com uma exigência clara: é preciso mudar. A Saúde, a Habitação e a Justiça surgem como as áreas que os cidadãos consideram mais urgentes para intervenção do próximo Governo.
Segundo o inquérito “Legislativas 2025”, 61,5% dos inquiridos não reconhecem qualquer evolução positiva nas áreas de atuação do Governo liderado por Luís Montenegro. Apenas 15,5% destacam melhorias nos apoios sociais às famílias e jovens, e 15,3% referem progressos em matéria fiscal.
Entre as áreas consideradas mais deterioradas, a Saúde lidera com 71,8% das respostas, seguida pela Habitação (41,2%) e pelo Custo de Vida (38,5%). Estes dados traduzem uma perceção negativa sobre os serviços públicos e as condições de vida atuais.
Apesar deste descontentamento, a intenção de participação eleitoral é elevada: 85,7% dos inquiridos afirmam que tencionam votar nas legislativas. Ainda assim, 78,2% dizem não se sentir ouvidos pelos decisores políticos, um dado que evidencia o afastamento entre governantes e governados.
Prioridades para o próximo Governo
Questionados sobre o que deve ser prioritário no próximo ciclo governativo, os portugueses são claros: 69,8% querem investimento no Serviço Nacional de Saúde, 49,6% exigem medidas para controlar os preços da habitação, e 47,9% defendem melhorias na Justiça.
Quando convidados a deixar uma mensagem ao futuro Primeiro-Ministro, os inquiridos destacaram a importância da integridade, da justiça social e da coesão. Entre os testemunhos recolhidos, 541 expressam sentimentos negativos, 83 são neutros e 563 positivos.
O estudo do Portal da Queixa indica uma ligeira redução de 1,4% no volume total de reclamações ao setor público entre o primeiro ano do atual Governo e o último ano do anterior Executivo de António Costa. No entanto, a Habitação tornou-se a área mais reclamada (32,74%), ultrapassando a Saúde e os Transportes, que lideravam no passado.