
Legislativas: AD aposta em otimismo, PS mantém prudência nas projeções. O que querem os dois partidos para a economia portuguesa?
Num cenário internacional marcado pela incerteza, a Aliança Democrática (AD) e o Partido Socialista (PS) traçam caminhos distintos para a economia portuguesa.
A AD antecipa quatro dos melhores anos económicos deste milénio, com crescimento sustentado do PIB, redução da dívida pública para mínimos desde 2008, desemprego em queda e excedentes orçamentais até 2029. Já o PS apresenta projeções mais conservadoras, com crescimento abaixo dos 2% ao longo da legislatura e um défice orçamental nulo, aponta a ‘Renascença’.
As previsões da AD incluem um crescimento acumulado do PIB de 15% em cinco anos, contra menos de 10% estimado pelo PS. Montenegro promete uma taxa de desemprego a descer até 5,5% em 2029, enquanto os socialistas apontam para 6,3%. Ambos os partidos preveem uma inflação estável, mas a AD é mais otimista também neste ponto, esperando uma descida progressiva da taxa nos próximos anos.
Contudo, a coligação liderada por Luís Montenegro tem sido criticada pelo otimismo das suas estimativas. Por outro lado, Pedro Nuno Santos é acusado de prometer “tudo a toda a gente”, revela a mesma fonte.
No que toca ao custo das medidas, o PS estima um impacto orçamental de 1.744 milhões de euros, valor que coincide com a proposta da AD para a descida do IRC. No entanto, ao contrário do programa anterior, a AD não detalha os custos das suas medidas para 2025, o que levanta dúvidas sobre a sustentabilidade financeira do plano. O PS, por sua vez, não inclui valores por medida, mas detalha os custos por setor. Fontes socialistas indicam que as medidas da AD podem chegar a 3.750 milhões de euros – mais do dobro do previsto pelos socialistas.