IVA 0: Cabaz desceu pouco mais de 5 euros desde que arrancou medida. Mas há produtos (muito) mais caros
Foi há exatamente 6 meses que entrou em vigor a medida de isenção de IVA num cabaz de produtos determinado pelo Governo e, desde que está em vigor o apoio, o referido cabaz desceu 5,76 euros (4,15%). No entanto, nem todos os produtos ficaram mais baratos: há casos em que aumentaram de preço em até 50%, entre antes da aplicação da medida e 18 de outubro.
Fazendo a comparação à semana, o cabaz de 41 alimentos com IVA zero monitorizado pela DECO Proteste subiu de preço esta semana. Esta quarta-feira, custava menos 57 cêntimos (-0,43%) do que na semana passada, isto depois de ter subido 2,47 euros na semana anterior. Desde o início do ano, a redução verificada é de 0,66 euros (-0,49%).
Mas nem todos os produtos abrangidos pela medida estão mais baratos. Entre os produtos que ficaram mais caros nos últimos seis meses estão: brócolos (50%), laranja (50%), azeite virgem extra (20%), couve-flor (10%), maçã golden (8%), maçã gala (6%), ervilhas ultracongeladas (4%), batata vermelha (3%), pão de forma sem côdea (2%) e iogurte líquido (1%).
Iogurte líquido e azeite sobem 10% numa semana: os produtos que mais aumentaram de preço na última semana
Na última semana, entre 11 e 18 de outubro, foram os seguintes produtos os que registaram a maior subida percentual no cabaz IVA zero monitorizado pela DECO PROTESTE: iogurte líquido (10%), azeite virgem extra (10%), batata vermelha (8%), bacalhau graúdo (8%), massa esparguete (7%), carapau (7%), perna de peru (6%), pão de forma sem côdea (6%), ervilhas ultracongeladas (5%), manteiga com sal (5%).
Recorde-se que a isenção do IVA em mais de 40 alimentos resulta de um acordo assinado a 27 de março entre o Governo, o retalho alimentar e a produção agroalimentar. A medida visa mitigar os efeitos dos aumentos de preços dos bens alimentares e está em vigor até final deste ano, após ter sido estendida pelo Governo a 7 de setembro (estava previsto o final da medida a 31 de outubro).
A lista de produtos que têm agora IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde. Inclui os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal, de acordo com a informação disponibilizada pela associação que representa as empresas de distribuição alimentar.
Preço do cabaz ‘normal’ também subiu: 0,18 cêntimos
O preço do cabaz de 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROTESTE, que na semana passada subiu 3,53 euros, voltou a subir, mas 0,18 euros, esta semana. Custa agora 220,73, mais 0,08%.
Se compararmos este valor com o período homólogo do ano passado, o preço do cabaz subiu 6,43 euros (mais 3,00%).
Na última semana, os 10 produtos com maiores aumentos percentuais foram os cereais (27%), o café torrado moído (16%), o iogurte líquido morango, azeite virgem (10%), flocos de cereais (9%), batata vermelha (8%), massa esparguete (7%), carapau (7%) e perna de peru .
Já entre 23 de fevereiro de 2022, véspera do início da guerra na Ucrânia, e 18 de outubro deste ano, os produtos que mais viram o seu preço subir foram o azeite virgem (94%), a laranja (92%), o arroz carolino (76%), a polpa de tomate (73%), a cebola (65%), o açúcar branco (59%), os flocos de cereais (56%), a batata vermelha (55%), a bolacha maria (48%) e a pescada fresca (47%).
Olhando a categorias de produtos, os maiores aumentos percentuais, desde início da guerra, foram registados na mercearia (32,28%, mais 13,61 euros), e na carne (19,69%, mais 6,35 euros).