Investimento privado em tecnologias de baixo carbono deverá ser oito vezes superior para alcançar neutralidade carbónica
O investimento privado anual em tecnologias de baixo carbono terá de ser oito vezes superior ao registado em 2021 para atingir a neutralidade carbónica, ou seja, ser de 400 mil milhões de euros por ano, concluiu um estudo levado a cabo pela Boston Consulting Group (BCG), que é parceira da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26).
O documento menciona que, hoje em dia, as tecnologias emergentes de baixo carbono e bimodais – hidrogénio, de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), de compensação de carbono e de análise climática – representam somente 3% do total do investimento privado, considerado um valor residual perante o impacto ambiental destas soluções, já que são capazes de reduzir 30% das emissões de carbono.
De acordo com a BCG, investidores privados – incluindo capitais de risco, capitais privados, investidores corporativos (corporate ventures) e instituições financeiras – investiram cerca de 140 mil milhões de euros no ecossistema de tecnologia de baixo carbono desde 2016.
De acordo com uma nota enviada à imprensa a propósito da divulgação do relatório, os corporate ventures têm atuado lentamente na aposta e no investimento em tecnologias recentes e promissoras e os restantes investidores participam com pequenos montantes sendo que, por outro lado, tecnologias relativamente maduras, como a dos veículos elétricos e da energia solar e eólica, têm captado a maior parte do investimento privado.
“Ao longo dos últimos meses, a BCG tem mostrado como os diferentes atores da economia, das pequenas às grandes empresas, públicas ou privadas, ao longo de toda a cadeia de valor, podem contribuir para a descarbonização da economia e este estudo vem revelar a importância de também os investidores privados assumirem o seu papel nesta demanda”, explica Pedro Pereira, Managing Director & Partner da BCG.
De acordo com a consultora, os investidores privados têm um papel fundamental para o crescimento e amadurecimento das referidas tecnologias, detendo o capital e a experiência de escalar negócios, pelo que deverão olhar para essas soluções como oportunidades de retorno estratégico e financeiro assim que chegam ao mercado.
“É, com este conhecimento, que a BCG se uniu ao COP26 e está presente com os seus especialistas para apoiar na definição de estratégias realmente eficazes e positivas, tanto para as organizações, como para o ambiente”, sublinhou o executivo.