
Investigado por corrupção, gestor de expansão da McDonald’s Portugal suspende funções
O gestor responsável pela área de expansão da McDonald’s Portugal foi constituído arguido por suspeitas de corrupção no setor privado e não exercerá funções até ao esclarecimento dos factos. A decisão surge no âmbito de um inquérito conduzido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, que levou a buscas na sede da McDonald’s Portugal, na Câmara de Valongo e em residências de vários suspeitos, numa operação conduzida pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto.
A multinacional norte-americana veio a público esclarecer que está a colaborar com as autoridades e que tomou conhecimento das suspeitas através das entidades competentes. “A McDonald’s Portugal tomou hoje conhecimento pelas autoridades competentes das suspeitas que recaem sobre a atividade de um colaborador. No âmbito deste caso, a McDonald’s Portugal está a colaborar com a Justiça e disponível para prestar todos os esclarecimentos necessários”, declarou a empresa em comunicado citado pelo Jornal de Notícias. Além disso, a empresa informou que, enquanto a investigação decorrer, o gestor de expansão ficará afastado das suas funções.
As suspeitas recaem sobre um alegado esquema de corrupção e tráfico de influências relacionado com a instalação de novas lojas da McDonald’s em diversos concelhos do Norte do país, incluindo Valongo. O principal suspeito, Carlos Moura Guedes, promotor imobiliário e proprietário da Imopartner, terá corrompido o gestor da área de expansão da multinacional para obter informações privilegiadas sobre os projetos da empresa entre 2020 e 2022.
Segundo a investigação, em troca dessas informações sigilosas, o gestor terá recebido remessas de dinheiro, permitindo que Moura Guedes beneficiasse da sua posição para garantir condições mais favoráveis na instalação das unidades da cadeia de restauração.
A investigação também se estendeu à Câmara Municipal de Valongo, onde a PJ realizou buscas e recolheu documentos do gabinete do vereador Paulo Ferreira, que está sob suspeita de prevaricação.
De acordo com os indícios apurados, Carlos Moura Guedes terá obtido favores do vereador em troca de doações ao Clube de Propaganda de Natação de Ermesinde, um esquema que visava facilitar o licenciamento de um restaurante McDonald’s em Valongo.