Investidores andam entusiasmados: Empresa holandesa produz máquinas para fabrico dos chips mais avançados

A empresa holandesa ASML, que fornece sistemas de litografia para a indústria de semicondutores, ainda não tem a dimensão de outros grandes players do setor, mas vê o seu crescimento disparar perante a procura insaciável por semicondutores.

Fundada há 37 anos e tendo um valor de mercado que ascende a 312,15 milhões de euros (350 milhões de dólares), esta é a única empresa no mundo capaz de fazer as máquinas altamente complexas necessárias para fabricar os chips mais avançados, segundo a ‘CNBC’.

Nos últimos 12 meses, o preço das ações da ASML na bolsa de valores de Amsterdão subiu de cerca de 350 euros para 772 euros, no dia 19 de novembro.

A procura pelas máquinas EUV e DUV da ASML tem vindo a aumentar à medida que os fabricantes de chips tentam superar a crise global em curso.

 

Escassez de semicondutores é receita para o crescimento

Em setembro deste ano, a ASML revelou que espera um boom de vendas durante a próxima década, estimando que a receita anual chegue a 24-30 mil milhões de euros até 2025, com margens brutas entre 54% e 56%, uma previsão significativamente maior do face aos 15-24 mil milhões de euros avançados inicialmente.

“Vemos oportunidades de crescimento significativas após 2025”, disse fonte do grupo, adiantando que esperam atingir uma taxa de crescimento de receita anual de cerca de 11% entre 2020 e 2030.

Em outubro, os investidores de tecnologia Ian Hogarth e Nathan Benaich admitiram que esperam que a ASML se torne uma empresa de 446,19 mil milhões de euros (500 mil milhões de dólares) até ao final do próximo ano.

Um dos principais beneficiários do sucesso financeiro da ASML é a empresa Baillie Gifford, sediada em Edimburgo, que detém uma participação significativa no grupo holandês.

Segundo a ASML, as “megatendências globais na indústria eletrónica”, a par de “um ecossistema altamente lucrativo e ferozmente inovador” deverão alimentar o crescimento em todo o mercado de semicondutores, que está a lutar contra a escassez global de chips.

As referidas máquinas, que custam cerca de 124,86 euros (140 dólares) por unidade, emitem feixes de luz excecionalmente estreitos sobre placas de silício que foram tratadas com produtos químicos “fotorresistentes”; de seguida, são criados padrões intrincados no wafer onde a luz entra em contacto com os produtos químicos, que são cuidadosamente dispostos de antemão.

Esse processo, que leva à formação dos transístores, é conhecido como litografia.

Contudo, nem todo o sistema de litografia fabricado pela ASML possui recursos de EUV, sendo esta tecnologia introduzida para o fabrico de grandes quantidades há alguns anos; o DUV (ultravioleta profundo) ainda é a tecnologia de referência da indústria.

Atualmente, a ASML vende as máquinas EUV (relativamente raras) somente para algumas gigantes do fabrico de chips, como a TSMC, Samsung e Intel.

No ano passado, a ASML vendeu apenas 31 desses equipamentos, segundo informação da empresa, tendo vendido mais de 100 no total.

De acordo com informação avançada pela ‘Reuters’ no ano passado, a Administração Trump pressionou o governo holandês para interromper a venda da máquina para clientes chineses, o que impediu os fabricantes chineses de fabricar chips mais avançados. Quanto à postura do governo Biden, não houve sinais de regressão da política do seu antecessor.

Os transístores são um dos blocos de construção básicos da eletrónica moderna e permitem que uma corrente elétrica flua num circuito sendo que, normalmente, quantos mais transístores estiverem num chip, mais poderoso e eficiente será o mesmo.

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