Inteligência Artificial pode acidentalmente desencadear o Armageddon nuclear? Especialistas acreditam que sim

A Inteligência Artificial pode, acidentalmente, desencadear uma guerra nuclear, alertou o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), a principal organização mundial em avaliações nucleares, sublinhando que tecnologias como a IA estão a agravar o risco associado ao crescimento dos stocks nucleares globais.

De acordo com o tabloide britânico ‘Daily Mail’, o SIPRI destacou o rápido crescimento da China, de 500 para 600 ogivas em apenas um ano, bem como a iminente expiração do tratado final de controlo de armas entre EUA e Rússia, as duas maiores potências nucleares do mundo.

“Um componente da próxima corrida armamentista será a tentativa de ganhar e manter uma vantagem competitiva em inteligência artificial (IA), tanto para fins ofensivos quanto defensivos”, alertou o diretor do SIPRI, Dan Smith. “Há benefícios encontrados, mas a adoção descuidada da IA pode aumentar significativamente o risco nuclear.”

Segundo o especialista, embora a IA possa facilitar a avaliação da conformidade dos estados com o acordo nuclear, também é provável que dê aos países, bem como aos grupos desonestos, a capacidade de tomar decisões mais rápidas e menos pensadas. “À medida que as novas tecnologias aceleram a tomada de decisões numa crise, também há o risco de uma guerra como resultado de falhas de comunicação, mal-entendidos ou até mesmo um acidente técnico”, apontou. “Os sinais indicam que está a aproximar-se uma nova corrida armamentista nuclear. Em comparação com a última, os riscos provavelmente serão mais diversos e mais sérios.”

Atualmente, nove países possuem armas nucleares. Enquanto cinco deles, Grã-Bretanha, França, EUA, Rússia e China, assinaram o tratado de não proliferação nuclear, a Índia e o Paquistão não o fizeram. A Coreia do Norte assinou, mas retirou a assinatura pouco antes de realizar o seu primeiro teste nuclear. Também Israel não assinou o TNP nem nunca declarou publicamente as suas armas nucleares — acredita-se que possua 90.