Insolvências dispararam mais de 20% e estão a nascer menos empresas em Portugal

O número de insolvências registado em fevereiro de 2025 aumentou 21% face ao mesmo período de 2024, enquanto a constituição de novas empresas registou um decréscimo de quase 4%.

De acordo com dados da Iberinform, em fevereiro foram registadas 357 ações de insolvência, mais 63 do que no ano passado. No acumulado do ano, o total ascende a 767 insolvências, um aumento de 21% em relação a 2024.

As declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas cresceram 63%, com mais 88 registos do que no ano anterior. Já as insolvências requeridas por terceiros aumentaram 43%, atingindo um total de 147 pedidos (mais 44 face a 2024). Os encerramentos com plano de insolvência também subiram 50%, com nove registos. No entanto, o número de processos de insolvência concluídos diminuiu ligeiramente, com 383 casos encerrados nos primeiros dois meses do ano, menos dois que em igual período de 2024.

Os distritos do Porto e Lisboa continuam a liderar em número de insolvências, com 197 e 180 registos, respetivamente. O crescimento anual nestes distritos foi de quase 25% no Porto e 24% em Lisboa. Outros distritos com aumentos expressivos incluem Beja (+200%), Viana do Castelo (+113%), Castelo Branco (+80%) e Bragança (+60%).

Por outro lado, os distritos com as maiores reduções foram Viseu (-58%), Madeira (-43%), Guarda (-29%) e Coimbra (-7%).

Os setores de atividade que registaram maior aumento nas insolvências foram: Agricultura, Caça e Pesca (+200%), Transportes (+92%), Hotelaria e Restauração (+41%), Comércio a Retalho (+36%) e Outros Serviços (+29%).

Por outro lado, setores como Eletricidade, Gás e Água (-100%), Construção e Obras Públicas (-2%) e Indústria Transformadora (-0,5%) registaram decréscimos.

 

Quebra na constituição de novas empresas

O número de novas empresas criadas em fevereiro caiu 3,6% face ao mesmo período de 2024, passando de 4.834 para 4.660. No acumulado do ano, a redução foi de 3,7%, com um total de 10.028 novas constituições.

Lisboa manteve-se como o distrito com mais novas empresas (3.007), embora tenha registado um decréscimo de 5% face a 2024. O Porto seguiu com 1.675 constituições, refletindo uma quebra de 10%.

Os distritos com maior crescimento nas constituições incluem Évora e Viana do Castelo (+22%), Angra do Heroísmo (+21%) e Viseu (+18%). Em contraste, Horta (-33%), Aveiro (-16%) e Faro (-13%) registaram as maiores quedas.

Setores como Agricultura, Caça e Pesca (+33%), Construção e Obras Públicas (+11%) e Comércio a Retalho (+2%) destacaram-se pelo crescimento. Em contrapartida, Eletricidade, Gás e Água (-41%), Telecomunicações (-40%) e Transportes (-25%) foram os mais afetados pela quebra na criação de novas empresas.