
Incêndio em moradia na Amadora expõe situação de alojamento ilegal com dezenas de residentes
Um incêndio deflagrou durante a madrugada desta terça-feira, numa moradia situada na rua 1.º de Dezembro, na Amadora, revelando uma situação de alegado alojamento ilegal que envolvia dezenas de pessoas. Apesar da gravidade do cenário, não se registaram feridos.
Segundo fonte oficial dos Bombeiros da Amadora, citada pelo Correio da Manhã o fogo teve origem na cozinha da habitação e foi rapidamente dominado, mas os danos provocados pelas chamas tornaram a casa inabitável. “À chegada ao local, encontrámos entre cinco a seis pessoas já no exterior do edifício”, adiantou a mesma fonte, sublinhando que a pronta evacuação terá ajudado a evitar vítimas.
A ocorrência levantou suspeitas sobre a utilização irregular da moradia, que, de acordo com informações apuradas pelo Correio da Manhã, terá sido adquirida por um empresário que procedeu à divisão interna do imóvel em múltiplos compartimentos. Estes espaços estariam a ser arrendados a diferentes agregados familiares, numa situação considerada ilegal.
Moradores da zona confirmam que dezenas de pessoas viviam no interior da casa, muitas delas em condições precárias. A divisão da habitação e o elevado número de ocupantes não constavam de qualquer registo legal ou autorização camarária, segundo as informações recolhidas no local.
A Proteção Civil Municipal foi chamada a intervir e encontra-se a avaliar as necessidades de realojamento dos antigos residentes, agora sem teto. A Polícia de Segurança Pública (PSP) também esteve no local e poderá vir a acompanhar eventuais investigações relacionadas com as condições do arrendamento e a legalidade das obras realizadas no edifício.
Este caso vem sublinhar uma realidade crescente nos arredores de Lisboa: o aumento de situações de sobrelotação e arrendamento ilegal, impulsionado pela pressão imobiliária e pela dificuldade de acesso a habitação condigna. A Câmara Municipal da Amadora ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.