Ikea alerta para subida de preços com aumento das pressões de custo e oferta
O proprietário da IKEA anunciou esta quarta-feira que vai aumentar os preços, devido aos problemas decorrente da crise na cadeia de abastecimento até 2022, depois de reportar uma queda no lucro do ano inteiro devido aos custos mais altos de transporte e matéria-prima, segundo a ‘Reuters’.
Apesar da procura recorde, dado que as pessoas passam mais tempo em casa devido à pandemia, o lucro antes dos impostos no Inter IKEA Group – para lojistas e responsável pelo fornecimento – caiu 16% nos 12 meses até agosto, para 1,71 mil milhões de euros.
O lucro caiu 4% em comparação com o ano fiscal de 2019.
“A pandemia global afetou a nossa receita operacional no ano fiscal de 2021. A maior causa foi o forte aumento nos preços de transporte e matérias-primas na segunda metade do ano”, explicou a Inter IKEA no relatório anual.
A empresa, que ganha sobretudo com as vendas de mercadorias aos seus franqueados, revelou em outubro que as vendas dos retalhistas totalizaram um recorde de 41,9 mil milhões de euros, um aumento de 6% no ano e de 1% em relação ao ano fiscal de 2019, já que os consumidores gastaram mais do que nunca em artigos para as suas casas.
“Manter as lojas e armazéns da IKEA com stock tem sido um desafio. Interrupções na cadeia de abastecimentos levaram a uma queda substancial na disponibilidade de produtos dos quais ainda não recuperámos. Esperamos que isso continue até 2022”, é referido no mesmo comunicado publicado hoje-
O CFO do grupo, Martin van Dam, afirmou em declarações à ‘Reuters’ que os efeitos em cascata da crise da cadeia de abastecimento global e os altos preços da energia podem durar muito tempo.
“O ano de 2022 para nós será um ano mais difícil, com mais desafios”, continuou, enumerando a escassez e os preços das matérias-primas e, em seguida, os problemas logísticos como principais constrangimentos.
Van Dam disse que espera que os custos relacionados com o fornecimento aumentem ainda mais no atual ano fiscal.
A Inter IKEA manteve os preços dos seus produtos para os retalhistas durante o ano, mas sinalizou que repassaria parte dos custos mais elevados de matéria-prima e transporte para os lojistas neste ano fiscal.
Van Dam referiu ainda que os donos das lojas terão alguma liberdade para decidir se, ou em que medida, deveriam repassar os preços mais altos aos compradores.