Humanos podem “encolher” por causa das alterações climáticas, revela cientista

A redução do tamanho é uma resposta comum entre os mamíferos para enfrentarem os aumentos de temperatura. E o Homo Sapiens poderá não ser exceção.

No seu mais recente livro, lançado esta terça-feira com o título “The Rise and Reign of Mammals” (“A Ascensão e o Domínio dos Mamíferos”, em português), Steve Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo, sugere que o que já foi possível observar noutros mamíferos poderá ajudar a perceber o que poderá reservar o futuro ao ser humano, num cenário em que as temperaturas globais continuam a subir devido às emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera.

Há cerca de 55 milhões de anos, a Terra aqueceu intensamente, no que o especialista descreve como “o mais recente grande evento de aquecimento global no registo geológico”, levando à redução do tamanho de espécies de mamíferos, entre eles os antepassados dos cavalos, cujas dimensões diminuíram à medida que a temperatura global subia.

Atualmente, nas zonas mais quentes do planeta, os mamíferos tendem a ser mais pequenos do que “familiares genéticos” noutras partes do mundo, uma observação que reforça a teoria de Brusatte, que argumenta que os animais de menores dimensões conseguem perder o calor em excesso mais facilmente do que animais mais volumosos.

Ao jornal britânico ‘The Guardian’, o cientista explica ser mais pequeno “é uma forma comum de os mamíferos lidarem com as alterações climáticas”, mas frisa que isso não será observado em todas essas espécies.

Com as temperaturas numa trajetória ascendente, Brusatte levanta a questão: “Se as temperaturas aumentarem muito rapidamente podem os humanos ficar mais pequenos?”. O próprio responde que “isso é certamente plausível”.

Mas as opiniões dividem-se. Ao mesmo periódico britânico, Adrian Lister, do Museu Britânico de História Natural, defende que a redução do tamanho dos seres humanos em resposta ao aumento das temperaturas globais é muito pouco provável.

Lister argumenta que “não somos realmente controlados pela seleção natural”, referindo que os humanos têm formas não-naturais de lidar com as temperaturas, como a utilização de roupas e equipamentos de regulação térmica, tais como aparelhos de ar condicionado.

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