Honda Jazz: nova geração a partir de 17.150 euros
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O esforço de renovação de gama levado a cabo pela Honda tem sido impressionante (encontrado paralelo apenas nos conterrâneos da Mazda). Se no início do ano, a gama da marca de Tóquio era composta por Jazz, Civic e CR-V, os últimos sete meses trouxeram consigo renovações profundas para o Civic (bem como uma impressionante versão Type R) e para o CR-V e, mais importante, novidades como o HR-V e o Jazz, que partilham a mesma plataforma e, acima de tudo, a responsabilidade de incrementar as vendas da Honda na Europa (não esquecer, também, uma outra novidade de nome NSX, que chegará no primeiro trimestre de 2016).
A história do Jazz conta-se rapidamente e com alguns números que atestam o seu sucesso: lançado em 2001, este modelo (também conhecido como Fit noutros mercados), teve a sua segunda geração lançada em 2008, contando com mais de 5 milhões de vendas a nível global, das quais 781.000 tiveram lugar na Europa, sendo actualmente fabricado em sete países. Talvez por isso, no desenvolvimento desta terceira geração, assente numa plataforma global que também deu azo ao novo HR-V, os designers tenham optado por manter o perfil de mini-monovolume que tanto sucesso tem feito, sobretudo para quem procura versatilidade e muito espaço no interior, mas com um invólucro exterior compacto.
Versátil como nunca antes
No entanto, o novo Jazz até está mais crescido, com um comprimento total de 3995 mm, representando desta forma um aumento de 95 mm em relação à actual geração. Uma boa parte desse aumento – 40 mm – está relacionada com o pára-choques dianteiro em virtude dos imperativos dos ‘crash-tests’, mas também se registaram ganhos importantes no interior, havendo maior amplitude para os ocupantes, sobretudo atrás, graças ao crescimento de 30 mm na distância entre eixos. O resultado? Um pequeno utilitário com um habitáculo à imagem dos melhores monovolumes de grandes dimensões. Em suma, e tendo por base os dados fornecidos pela marca, os ocupantes da frente ganham 30 mm de espaço para os ombros, afastando-os mais 20 mm, ao passo que os passageiros traseiros dispõem de mais 115 mm de espaço para as pernas, 65 mm de altura e 20 mm para os ombros.
A bagageira apresenta agora 354 litros de capacidade, podendo crescer até aos 1314 litros. Com a adopção da nova plataforma com depósito de combustível montado sob os bancos dianteiros, o sistema de bancos mágicos também está de regresso, permitindo maior versatilidade em redor dos bancos traseiros. O rebatimento do banco do passageiro também é outra funcionalidade presente, podendo assim transportar objectos com cerca de dois metros e meio no interior. Como curiosidade, o Jazz dispõe ainda de um modo ‘Refresh’, funcionalidade que permite, retirando a cabeceira do banco dianteiro, reclinar o encosto até ao banco traseiro, formando assim uma cama para descansar…
Em termos mais usuais, o interior do novo Jazz destaca-se pela profusão de elementos em plásticos – embora de qualidade – sobressaindo, no entanto, o rigor da montagem dos painéis. Nota ainda para os comandos tácteis do ar condicionado, numa solução replicada do HR-V e que oferece uma maior qualidade à consola central.
Para o mercado europeu, a marca terá apenas – nesta fase inicial – uma unidade 1.3 i-VTEC a gasolina totalmente nova, integrando-se na gama Earth Dreams Technology. Esse motor debita 102 cv de potência e 123 Nm de binário máximo. Este bloco surge associado a caixa manual de seis velocidades (com as cinco primeiras relações mais curtas e uma sexta mais ‘longa’ para reduzir os consumos e o ruído em velocidades de cruzeiro), mas tem como opção uma caixa CVT (apenas disponível por encomenda em Portugal), pensada para a Europa com unidade de controlo electrónico específica. Para criar uma sensação mais dinâmica, a CVT apresenta sete velocidades simuladas.
O Jazz na sua versão de caixa manual leva 11,2 segundos a acelerar dos 0 aos 100 km/h, atinge uma velocidade máxima de 190 km/h e emite 116 g/km de CO2. Já a variante com CVT leva 12 segundos a acelerar dos 0 aos 100 km/h, chegando aos 182 km/h de velocidade máxima, enquanto as emissões são de 106 g/km de CO2.
Quanto a mudanças a nível técnico, essas passam pela direcção mais directa e pelo chassis com acerto pensado especificamente para a Europa, tirando partido de suspensão mais leve (MacPherson à frente e barra de torção em formato H atrás) e novo sistema de amortecedores, além do sistema Agile Handling Assist (AHA), que melhora a dinâmica em curva ao travar ligeiramente as rodas interiores sem que isso seja perceptível ao condutor.
Motor ‘tradicional
No breve contacto que tivemos com este novo Jazz em Frankfurt, na Alemanha, ficou uma boa impressão em termos de condução, com um chassis estável e equilibrado, mesmo que as oportunidades de o testar em curva não tenham sido muitas. A resposta da direcção está, contudo, melhor face ao actual Jazz, mostrando-se também bastante confortável em piso irregular, ainda que as estradas locais se mostrassem, na grande maioria, em boas condições. Avaliação melhor só em terreno nacional…
Quanto ao novo motor de 1.3 litros, não foge à tradição ‘atmosférica’ da Honda, exigindo que se ‘puxe’ até às rotações mais elevadas para melhor se sentir a sua força. Não deixa de ser lesto a acelerar em terreno urbano e nas nacionais (parecendo mais eficaz do que o anterior 1.4), mas as recuperações continuam a ser algo demoradas e o ruído proveniente do motor é também uma nota constante no habitáculo. A caixa de seis velocidades tem um manuseamento de bom nível, sendo um dos pontos fortes do conjunto motriz.
Mais atrás é referido que, por enquanto, a única opção disponível será este motor 1.3 i-VTEC, mas sabe-se que a marca está a trabalhar num motor sobrealimentado de um litro e três cilindros, cuja chegada se tornará indispensável no mercado europeu numa fase em que a concorrência é bastante forte. Fora de equação parece estar a variante híbrida que se vende no Japão desde o lançamento do novo Fit no mercado local há quase dois anos…
Com três níveis de equipamento – Trend, Comfort e Elegance – o Jazz oferece de série elementos como o ar condicionado, travagem automática em cidade (actuando em caso de emergência), sensores de luminosidade e de chuva, vidros eléctricos ou ligação Bluetooth. A partir do nível intermédio (Comfort), o Jazz passa a integrar o conjunto de sistemas de segurança ADAS, Honda Connect ou sensores de estacionamento, sendo que no nível mais elevado (Elegance) adicionam-se mais comodidades como o ar condicionado automático, câmara de estacionamento traseira, alarme, volante em pele ou faróis de nevoeiro.
Em relação ao Honda Connect, trata-se de um sistema de infoentretenimento avançado com base na plataforma Android com ecrã de 7 polegadas e acesso a diversas aplicações da Honda e de terceiros, bem como acesso a ficheiros multimédia ou à internet. Já o pack de segurança ADAS compreende uma série de tecnologias como Avisador de Colisão à Frente (FCW), Sistema de Reconhecimento de Sinalização de Trânsito (TSR), Limitador Inteligente da Velocidade (ISL), Avisador de Saída de Faixa (LDW) e Sistema de Suporte dos Máximos (HSS).
O preço para a versão de entrada Trend é de 17.150 euros, sendo que a versão Comfort tem um custo de 18.100 euros e a Elegance de 19.700. A pintura metalizada custa 500 euros e o sistema de navegação Garmin (Connect Navi) tem um preço de 600 euros. A caixa CVT acresce 1300 euros às versões Comfort e Elegance. Os novos Jazz e HR-V chegam a Portugal no dia 26 de Setembro.