
Hoje celebra-se o solstício de verão e começa a estação mais aguardada do ano
O solstício de verão, este sábado, marca a data de início da estação mais desejada. É um fenómeno astronómico que representa o momento em que o Sol atinge maior declinação em latitude, em relação à Linha do Equador. Sendo assim, quando um hemisfério recebe mais intensamente os raios solares, significa que esse está em solstício de verão, dando início então à estação.
As mudanças do clima acontecem por duas razões: a primeira é o movimento que a Terra faz em torno do sol, chamado translação. Esse movimento dura cerca de 365 dias. Enquanto a Terra gira em torno do sol, há uma parte do planeta que fica mais exposta à luz solar, enquanto a outra parte recebe menos luz.
O outro fator que provoca esse fenómeno é a inclinação do eixo da Terra, de cerca de 23º. A inclinação acentua a maior ou menor exposição da Terra ao sol. Devido ao ângulo em que a Terra está, os Hemisférios norte e sul recebem quantidades distintas de luz no mesmo período do ano.
Por essa razão, as estações do ano são opostas nos Hemisférios. Enquanto num hemisfério é verão, no outro é inverno. Se num é primavera, no outro será outono.
A palavra verão deriva do latim vulgar veranum, que significa tempo primaveril ou primaveral.
De acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as temperaturas máximas devem oscilar no primeiro dia de verão entre os 21ºC (graus celsius) de Ponta Delgada e os 34 de Beja. Distritos do litoral, como Viana do Castelo, Porto ou Aveiro, não devem ir além dos 22 ou 23ºC de temperatura máxima.
A situação irá no entanto mudar ao longo da próxima semana, especialmente na sexta e sábado, indicam as previsões do IPMA. Viana do Castelo e Porto devem chegar quase aos 30 e Beja aos 41ºC.
O solstício de verão chega às 02:42, marcando o que é tradicionalmente o dia mais longo do hemisfério norte. A 21 de dezembro chegará às 15:03 ao hemisfério sul.
No primeiro dia de verão o sol nasce às 06:10 e põe-se às 21:06, com o dia a durar 14:55:47. No domingo o dia tem aparentemente a mesma duração mas será dois segundos mais curto, e no final do mês o dia já será cinco minutos mais curto.
Será assim até ao equinócio de outono, a 22 de setembro às 19:19, quando os dias serão do tamanho das noites, começando a noite a prevalecer a partir daí e até ao solstício de inverno, que chega às 15:02 de 21 de dezembro e que marca a noite mais longa.
Mas esse é outro tempo. O que chega no sábado de madrugada é por norma das estações mais esperadas, os dias longos associados a férias, a “pouco trabalho” segundo o escritor brasileiro Luis Fernando Veríssimo, a sabor de amoras bravas, como escreveu a poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen.
Mas são relativos os estereótipos. Não há relatos de que sejam mais felizes os habitantes de Longyearbyen, na ilha de Spitsbergen, no arquipélago ártico de Svalbard, que por esta altura vivem o “sol da meia-noite”, onde o dia começou a 18 de abril e onde só a 25 de agosto se vai começar de novo a pôr o sol, e a princípio apenas uma hora.
Nem que sejam infelizes os habitantes de Ushuaia, Argentina, no hemisfério sul já perto da Antártida, onde no sábado o sol nasce cerca das 10:00 e se põe pouco depois das 17:00. E onde se comemora com muitas festas o solstício de inverno.
“Quando as pessoas são felizes não reparam se é inverno ou verão”, escreveu o dramaturgo russo Anton Tchekhov.