Habitação: Quer transformar um escritório ou loja numa casa? É nestas cidades que compensa mais
Desde o início de 2024, com a entrada em vigor do simplex dos licenciamentos urbanísticos, Portugal tem assistido a um aumento significativo na reconversão de lojas e escritórios em habitações. Esta medida, que simplifica os processos burocráticos, como a eliminação da necessidade de autorização de condóminos, está a transformar o mercado imobiliário e a oferecer novas alternativas para aumentar a oferta de casas para compra ou arrendamento.
Apesar de o diploma ainda aguardar revisões pelo atual Governo da AD, a chamada “via verde” do licenciamento já atraiu o interesse de investidores e proprietários. A rentabilidade destas transformações depende de fatores como localização, custos de aquisição e remodelação, mas os dados mostram que, em algumas cidades, a conversão é altamente vantajosa.
Segundo os dados do idealista/data, o Porto e Évora destacam-se como as cidades onde a reconversão de lojas em habitação é mais rentável. No Porto, a diferença entre as rendas das casas e das lojas atinge 5,9 euros por metro quadrado, enquanto em Évora essa diferença é de 4,4 euros/m². Outras cidades como Lisboa e Faro também apresentam um potencial de retorno atrativo, embora menor.
Em contrapartida, cidades como Bragança, Beja, Santarém e Ponta Delgada mostram rendas comerciais superiores às habitacionais, tornando menos viável a transformação.
A reconversão de escritórios em habitações apresenta um panorama distinto. Em nove das 19 cidades analisadas, as rendas habitacionais superam as dos escritórios, com Évora (+6,1 euros/m²), Porto (+4,2 euros/m²) e Lisboa (+2,5 euros/m²) a liderarem em rentabilidade. Contudo, em locais como Ponta Delgada e Setúbal, manter os imóveis como escritórios continua a ser mais lucrativo.
A transformação de imóveis comerciais em habitação surge como uma solução complementar às novas construções e à reabilitação urbana. Para além de responder à elevada procura por habitação, esta prática beneficia proprietários e investidores, sobretudo em áreas com elevada valorização imobiliária.