Grandes tempestades solares provocam apagões em todo o mundo mas especialistas alertam que o pior ainda está para vir
O sol desencadeou esta semana a erupção solar mais forte do ano, provocando fortes apagões de rádio em todo o mundo: uma enorme erupção solar de classe X2.7 surgiu de uma região fria e escura do Sol conhecida como AR4087.
Sunspots AR4087 Erupted Another Strong Flare pic.twitter.com/Lw8AS5QQZ8
— Black Hole (@konstructivizm) May 15, 2025
As erupções de classe X são as mais intensas à escala das tempestades solares — capazes de interromper as comunicações, danificar satélites e até ameaçar as redes elétricas na Terra.
Estas erupções nascem de manchas solares — zonas escuras e mais frias na superfície do Sol, onde ocorre uma intensa atividade magnética. Quando esta energia magnética é libertada repentinamente, pode lançar poderosas rajadas de plasma e radiação para o espaço à velocidade da luz.
Se forem direcionadas para a Terra, estas ondas de alta energia podem ionizar a atmosfera superior, criando tempestades de radiação que interferem com sinais de rádio de alta frequência e outros sistemas dependentes da tecnologia.
A erupção da passada terça-feira foi classificada como X2. 7, colocando-a na extremidade inferior da classe mais perigosa de erupções solares, mas ainda assim poderosa o suficiente para impactar grandes áreas do planeta.
Os especialistas alertaram que podem estar a caminho mais erupções, uma vez que a mancha solar AR4087 gira em alinhamento direto com a Terra nos próximos dias, aumentando as probabilidades de mais tempestades solares.
A explosão enviou raios X e radiação ultravioleta extrema em direção à Terra à velocidade da luz, ionizando rapidamente a atmosfera superior, o que interrompeu os sinais de rádio de alta frequência, causando apagões de comunicação para algumas operadoras de rádio na Europa, Ásia e Médio Oriente. Estas regiões foram as únicas afetadas porque estavam no lado da Terra com luz do dia quando ocorreu a erupção solar. Os especialistas dizem que se podem esperar mais erupções solares na próxima semana, à medida que a mancha solar AR4087 gira para ficar virada para a Terra.
Há um ano, representantes de agências governamentais locais e nacionais reuniram-se para conduzir um exercício de simulação que revelou grandes fragilidades na preparação dos Estados Unidos para uma tempestade solar severa, apontou o tabloide britânico ‘Daily Mail’.
O exercício durou dois dias e pediu aos participantes que fingissem que o Sol enviou várias ejeções gigantes de massa coronal (EMC) — que são maiores e mais impactantes do que as erupções solares — em direção à Terra. Rapidamente perceberam que as limitações significativas nas capacidades de previsão do clima espacial os impediam de tomar decisões rápidas e eficazes, pelo que se tornou evidente a grande falta de preparação para tais eventos.