Governo e IPMA alertam: Portugal vai “entrar numa terceira vaga de calor”

O Governo alertou, esta quarta-feira, para o aumento das temperaturas a partir do fim de semana.

As declarações foram feitas aos jornalistas após uma reunião do IPMA com ministro da Administração Interna José Luís Carneiro e com a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.

Segundo José Luís Carneiro, a terceira vaga de calor vai chegar a partir do próximo sábado, dia 20 de agosto, e vai prolongar-se pelo mês de setembro. “Vamos ter tempo, em regra, mais quente do que os setembros anteriores entre 50% e 60% e mais seco entre 40% e 50%”, afirmou. “Acho que isto diz tudo dos riscos acrescidos que teremos de enfrentar”.

Questionado sobre se esta terceira vaga de calor será a mais grave, o ministro disse que “não” e que a onda mais crítica “terá sido a de julho”.

José Luís Carneiro afirmou ainda que “não se pode excluir o cenário” de contingência face ao risco elevado de incêndio. “Ainda não vencemos este período crítico de incêndios”; deixou claro, afirmando que este pode prolongar-se até outubro.

Presente na mesma reunião, o Presidente do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), afirmou que “o problema do perigo de incêndio rural em Portugal continental está ainda a meio da campanha”.

“Passámos uma onda de calor de grande intensidade, que chegou a temperaturas que quase rondaram os 50 graus, passámos uma segunda onda de calor de menor intensidade, mas ainda assim com grande impacto, e vamos passar uma terceira onda de calor provavelmente dentro de dias”, alertou Jorge Miguel Miranda.

Estamos a meio de agosto, mas o responsável avisou que “falta metade de agosto, falta setembro e não sabemos quantos dias de outubro” e que “as previsões não são muito positivas do ponto de vista da precipitação”.

“Provavelmente vamos ter um setembro que é um pouco mais seco e um pouco mais quente, tal como os meses anteriores”, avançou Jorge Miguel Miranda, apontando que a situação na Europa será provavelmente pior do que em Portugal.

“Temos um sistema natural que está muito fragilizado e temos ainda mês e meio, pelo menos, pela frente que temos de enfrentar”, alertou, acrescentando que “os esforços que foram feitos até agora foram importantes, não conseguiram resolver todos os problemas porque não é possível resolver todos os problemas”, e salientou que “esse esforço tem que continuar, de forma cada vez mais rigorosa, para conseguirmos chegar ao fim da época mais crítica dos fogos rurais”.

As alterações climáticas são “um fator determinante”, reconheceu Jorge Miguel Miranda, explicando que os seus efeitos de manifestam sob duas formas que se intensificam mutuamente: seca prolongada, uma “seca histórica”, e ondas de calor, que levam a que “as situações se tornem tremenda difíceis de controlar”.

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