Governo britânico em alerta máximo depois de ter sido detetada gripe aviária numa ovelha: ‘saltos’ entre espécies preocupam especialistas

O Governo britânico emitiu um alerta severo depois de ter sido detetada pela primeira vez gripe aviária numa ovelha no Reino Unido: o caso, segundo o tabloide ‘Daily Mail’, foi identificado em Yorkshire numa operação de vigilância de rotina num local onde tinham sido confirmados casos positivos em aves em cativeiro.

Esta é a primeira vez que a variante, chamada H5N1, foi encontrada numa ovelha em Inglaterra. No entanto, não é a primeira vez que foi detetada em gado em outros países. Em janeiro último, foi relatada no Louisiana (EUA), a primeira morte humana relacionada com a gripe aviária. A vítima, com 65 anos e problemas de saúde preexistentes, contraiu o vírus depois de ter sido exposto a um bando de aves selvagens.

“Embora o risco atual à saúde pública para o público em geral permaneça baixo, pessoas que trabalham com pássaros, aves domésticas ou vacas, ou têm uma exposição recreativa, correm maior risco”, alertou o departamento de saúde do estado da Louisiana na altura.

A infeção de ovelhas britânicas ocorre após ter sido detetado o primeiro caso humano em Inglaterra no início deste ano. Acredita-se que a pessoa não identificada, que se acredita ser de West Midlands, tenha contraído a doença numa quinta onde foi detetada a gripe aviária.

A gripe aviária já causou vários surtos em gado nos EUA, que então infetaram trabalhadores em quintas leiteiras. Alguns casos também foram encontrados em porcos. Em novembro último, foi relatado que os Centros de Controlo de Doenças (CDC) testaram 115 trabalhadores em quintas que sofriam surtos e descobriram que oito deles eram positivos para o vírus. Muitos deles não apresentavam sintomas, o que as autoridades temem que indique que o H5N1 está a espalhar-se muito mais amplamente do que se pensava anteriormente.

Os especialistas em saúde estão preocupados com o sucesso do vírus em saltar entre diversas espécies, já que cada iteração lhe dá a oportunidade de sofrer mutações para se tornar melhor em infetar humanos, o que poderia proporcionar outra pandemia, ainda que não haja evidências disso no momento. Paul Hunter, renomado especialista em doenças infecciosas da Universidade de East Anglia, indicou que “a preocupação é que, se o vírus evoluir ainda mais e conseguir espalhar-se melhor entre humanos, correremos o risco de outra pandemia. Não há evidências disso no momento, mas não pode ser descartada tal mudança futura”.