Gás natural acorda com salto de 7,52%. “Crise energética é vingança da velha economia” diz “lobo” do Goldman Sachs
Os futuros sobre o gás natural aumentaram 7,29% para os 6,12 dólares, no New York Mercantile Exchange às 9h20 de Lisboa. Para Jeff Currie, do departamento de Commodities do Banco Goldman Sachs, entrevistado pela Bloomberg este fenómeno é “a vingança da velha economia, a conjugação da oferta e da procura num mundo amplamente tecnológico”.
O barril de petróleo Brent para entrega em novembro abriu em alta no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, a cotar-se a 80,34 dólares, um máximo desde outubro de 2018, contra 79,53 dólares na segunda-feira.
A crise do gás está a alastrar-se pelo mundo. Perante a escassez, os produtores europeus de eletricidade são obrigados a colocar as metas climáticas de lado e a recorrerem ao carvão. Segundo a Bloomberg, um grande Hub europeu prevê a chegada de um novo carregamento deste material a 200 dólares a tonelada métrica já no próximo mês, o maior desde 2008. A agência recolheu os dados da plataforma globalCOAL, mas a empresa em questão pediu para não ser identificada.
A Europa está a enfrentar uma crise de energia se precedentes, depois de um longo inverno que deixou o bloco sem stock. A compra desenfreada das nações asiáticas, e o fornecimento limitado da Rússia e da Noruega, têm levado as empresas do velho continente a lutar a “ferro e fogo”, por gás liquefeito no mercado Spot.
Durante uma conferência no Dubai esta semana, Marco Saalfrank, responsável pelos negócios da gigante Axpo Solutions AG na Europa foi claro: “Já começámos a recorrer ao mercado do carvão, mas também aqui começamos a sentir um aperto”.
“Estamos observando algum aperto também no mercado de carvão”, disse Marco Saalfrank, chefe de comércio comercial continental da Europa na Axpo Solutions AG, em entrevista na conferência Gastech em Dubai esta semana. Os lucros das centrais a carvão “tornaram-se positivos, aumentando a produção”.
A oferta de carvão também caiu à medida que os principais produtores da Colômbia e da Indonésia fazem de tudo para combater as chuvas fortes e os transtornos causados pela pandemia. Segundo o executivo, devido às novas metas climáticas de grandes potências, como a Europa com o seu pograma “Fit for 55” que estabelece a neutralidade carbónica até 2030, o investimento em novos projetos de mineração quase parou nos últimos anos, com os bancos a cortarem nos empréstimos concedidos a este tipo d empresas.