Furacão ‘Fiona’ está longe de Portugal mas pode vir a mudar (e bastante…) a temperatura na próxima semana

Pode um furacão como o ‘Fiona’ condicionar a situação meteorológica da Península Ibérica sem sequer estar próximo? Na realidade, sim, como qualquer grande sistema meteorológico que irrompe violentamente no jato polar e deforma a circulação de latitudes médias.

Após ter causado danos graves em Porto Rico e na República Dominicana, o ‘Fiona’ tornou-se um “major hurricane”, que é como o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos denomina os furacões que atingem categoria 3 ou superior.

Os seus ventos são superiores a 180 km/h e as previsões indicam que vão continuar a aumentar até atingirem ou ultrapassarem os 220 km/h, o que o transformaria num furacão de categoria 4. Dirige-se para as águas abertas do Atlântico Norte, pelo que, por enquanto, não constituirá uma ameaça direta à população, embora possa afetar as Bermudas nos próximos dias.

Após atingir esta intensidade, o ‘Fiona’ vai continuar a deslocar-se para norte e iniciará a sua extratropicalização, ou seja, a sua transformação numa tempestade de latitudes médias. No entanto, este processo será particularmente violento no caso do ‘Fiona’: dificilmente perderá intensidade, mantendo ventos com força de furacão sobre uma área consideravelmente grande.

A passagem do ‘Fiona’ vai facilitar o aparecimento de um anticiclone muito robusto sobre o Atlântico Central, fazendo crescer uma grande depressão planetária sobre a Europa.

Esta depressão vai afetará praticamente todo o continente na próxima semana e deslocar-se-á para a Península Ibérica, onde se pode esperar um período instável em que provavelmente se desenvolverão trovoadas significativas e, além disso, as temperaturas descerão em comparação com os dias anteriores.

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