Fitch não se pronuncia e ‘rating’ e perspetiva de Portugal ficam inalterados
A agência de notação financeira Fitch não se pronunciou hoje sobre o ‘rating’ ou sobre a perspetiva de Portugal, mantendo a classificação de ‘BBB’ e perspetiva estável sobre a dívida pública portuguesa.
Na página de Portugal no portal da agência de ‘rating’ norte-americana, pode ler-se que na pronúncia agendada para hoje não foi tomada nenhuma ação, pelo que permanecem inalteradas as classificações feitas no dia 17 de abril.
Nesse dia, a Fitch reviu a perspetiva sobre a economia portuguesa de ‘positiva’ para ‘estável’, mas manteve o ‘rating’ em BBB, nível de investimento (acima do ‘lixo’).
“A revisão da perspetiva reflete o impacto significativo da pandemia global de covid-19 na economia portuguesa e a posição orçamental do Soberano [Estado]. É provável que o choque interrompa tendências anteriores de melhoria do crescimento económico, rácio da dívida pública face ao PIB [Produto Interno Bruto] e a resiliência no setor bancário”, pronunciou-se então a Fitch, numa posição que não estava agendada no calendário oficial.
A agência refere que a “pequena e aberta economia de Portugal, com a sua alta dependência do turismo, está exposta a riscos negativos provenientes da severidade da pandemia, particularmente se o confinamento do país persistir para além do cenário base” previsto pela Fitch, que era, em 17 de abril, de uma recessão de 3,9% da economia portuguesa em 2020.
Também durante a crise pandémica, em 24 de abril, numa pronúncia não agendada, a Standard and Poor’s reviu em baixa a perspetiva da dívida pública portuguesa de ‘positiva’ para ‘estável’, reafirmando o ‘rating’ de ‘BBB’ para a dívida pública de longo prazo.
Apesar da revisão em baixa da perspetiva, as autoridades portuguesas são elogiadas, em comunicado da S&P, pelo sucesso na estabilização e taxas de mortalidade na pandemia do novo coronavírus, mas a agência referiu que a “recessão global severa e sincronizada” deste ano vai pesar na “pequena e aberta economia portuguesa”.
Já em 20 de março, a agência de notação financeira DBRS Morningstar manteve o ‘rating’ de Portugal em BBB (alto), com perspetiva estável, mas considerou que a natureza “pequena e aberta” da economia portuguesa a coloca vulnerável à crise.
Segundo a agência de notação financeira canadiana, “no mínimo, a economia portuguesa irá provavelmente abrandar nos primeiros trimestres do ano à medida que as receitas do turismo caem, e a confiança dos consumidores e o sentimento industrial enfraquecem”.
Ainda antes do eclodir da pandemia, em 17 de janeiro, a norte-americana Moody’s manteve a notação financeira de Portugal em ‘Baa3’, acima de ‘lixo’, e a perspetiva em ‘positiva’, não se tendo ainda pronunciado depois do surto pandémico de covid-19.
O ‘rating’ é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.
Cada agência de ‘rating’ tem a sua própria escala de avaliação, mas em todas a melhor classificação é o triplo A (AAA) e as letras C ou D indicam avaliações em que o investimento é considerado de risco ou especulativo (vulgarmente designado ‘lixo’).
Na letra B há categorias que podem ser classificadas como de investimento, caso se aproximem do nível A, ou de risco ou especulativo, caso se aproximem do C.