Fim da publicidade na RTP ameaça profissionais do audiovisual, alerta Associação de Imagem

A Associação de Imagem Portuguesa (AIP) defendeu hoje que o fim da publicidade na RTP pode afetar gravemente o serviço público, reduzir a produção de conteúdos nacionais e ameaçar o sustento dos profissionais do audiovisual.

“A eliminação da publicidade na RTP pode afetar gravemente a sua função como serviço público, reduzir a produção de conteúdos nacionais e ameaçar o sustento de muitos profissionais ligados ao audiovisual”, apontou, em comunicado, a AIP.

O fim da publicidade na RTP, que será um processo gradual, é uma das 30 medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social que foi apresentado, na semana passada, pelo ministro da tutela, Pedro Duarte, e uma das quatro relativas à empresa.

Esta medida vai ter um impacto na redução de receita anual nos próximos três anos de aproximadamente 6,6 milhões de euros, segundo o plano para os media a que a Lusa teve acesso.

Para a associação, o fim da publicidade na estação pública pode trazer “implicações profundas para a cultura e identidade portuguesa”, bem como para a sustentabilidade do setor.

No que diz respeito ao impacto no serviço público, a AIP destacou que esta decisão vai ter como consequência uma redução dos recursos financeiros, o que, consequentemente, vai diminuir a capacidade de a emissora financiar a produção de conteúdos diversificados, podendo levar a cortes na oferta de programas.

“A RTP é uma emissora pública que serve toda a população, independentemente da sua localização ou condição socioeconómica. A redução de recursos pode afetar a capacidade de oferecer cobertura nacional e de manter serviços essenciais, como a RTP Açores e a RTP Madeira, que são cruciais para as regiões autónomas”, referiu.

Por outro lado, a associação disse que o investimento em produções nacionais também será reduzido e que vão existir menos oportunidades para novos talentos, como realizadores e argumentistas.

A direção da AIP alertou ainda para possíveis cortes de pessoal, que podem abranger os trabalhadores diretos, freelancers e profissionais que trabalham em produções associadas à emissora, e para o “efeito dominó” da redução da capacidade de financiamento de produções, que leva à perda de postos de trabalho em produtoras independentes, onde se incluem técnicos de cinema, atores, diretores de fotografia, entre outros.

“A RTP é também uma plataforma de formação para profissionais do setor audiovisual. A redução de investimento pode limitar oportunidades de formação e desenvolvimento continuo, afetando a qualificação e a evolução de mão-de-obra no setor”, acrescentou.

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