Europa está a ‘comprar gato por lebre’: quase metade do mel importado é fraudulento, indica estudo

Uma proporção significativa do mel importado para a União Europeia está adulterada, de forma fraudulenta, com xaropes adcionados, segundo um estudo da Comissão, o que representa um aumento substancial em relação a anos anteriores – a análise foi liderada pela DG SANTE da Comissão Europeia, juntamente com as autoridades nacionais de 18 países que fazem parte da EU Food Fraud Network, o European Anti-Fraud Office (OLAF) e o Centro Comum de Investigação (CCI) da Comissão.

A UE não consegue produzir mel suficiente para satisfazer a procura e importa cerca de 40% de países terceiros, o que deixou os produtores europeus a lutar contra o aumento das importações de baixo preço, sobretudo da China. No entanto, a análise constatou que 46% das 320 amostras de mel importado – colhidas aleatoriamente entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022 – foram alteradas.

Existe “uma forte suspeita de que grande parte do mel importado de países não pertencentes à UE é adulterado e permanece presente e não detetado no mercado da UE”, sublinhou um responsável.

O mel contém açúcares naturalmente e, de acordo com as regras da UE, deve permanecer puro, ou seja, sem ter ingredientes adicionados. A adulteração ocorre quando ingredientes como água ou xaropes de açúcar baratos são adicionados artificialmente para aumentar o volume do mel. Embora o risco para a saúde humana seja considerado baixo, estas práticas defraudam os consumidores e prejudicam os produtores da UE que enfrentam a concorrência desleal de produtos que contêm ingredientes baratos e ilícitos.

Por exemplo, o valor unitário médio da UE para o mel importado foi de € 2,32 por quilo em 2021, enquanto os xaropes de açúcar feitos de arroz ficaram em torno de € 0,40/0,60 quilograma.

O maior número absoluto de remessas suspeitas veio da China (74%), mas o mel originário da Turquia teve a maior proporção relativa de amostras suspeitas (93%).

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