Euro 7 vai fazer ‘disparar’ custos de produção dos veículos entre 2 e 12 mil euros, aponta estudo

A indústria automóvel europeia tem um futuro exigente: focadas nos investimentos em eletrificação e digitalização, as marcas também lutam com a chegada dos carros chineses enquanto a legislação europeia prepara a chegada de um novo regulamento de redução de emissões.

Segundo um estudo da ‘Frontier Economics’, para a ACEA (‘European Automobile Manufacturers’ Association’), o novo regulamento europeu vai aumentar o custo de fabrico entre 4 e 10 vezes face às estimativas da Comissão Europeia, o que naturalmente vai fazer aumentar o preço de venda. De acordo com o relatório, os custos por veículo vão aumentar cerca de 2 mil euros para carros com motores de combustão interna e cerca de 12 mil euros para veículos pesados a gasóleo. Para a Comissão Europeia, o aumento dos custos de produção, no primeiro caso, seria de entre 180 e 450 euros e 2.800 euros nos pesados.

O Euro 7, cuja entrada está prevista para julho de 2025 no caso dos automóveis e 2027 para os veículos pesados, ameaça um setor que já sabe que as últimas vendas de modelos de combustão interna só poderão ser efetuadas até 31 de dezembro de 2034.

“A proposta do Euro 7 simplesmente não é correta pois teria um impacto ambiental extremamente baixo e um custo extremamente alto”, acusou Sigrid de Vries, CEO da ACEA. Para a indústria automóvel, significa uma ‘fatura’ de entre 20 mil e 35 mil milhões de euros para adaptar às novas regras.

Esta segunda-feira, oito países europeus (França, Itália, Chéquia, Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária) apelaram a uma avaliação exaustiva do impacto da proposta legislativa, tanto do ponto de vista técnico como em termos de análise custo-benefício. Para estes países, a nova regulamentação sobre emissões – em particular os limites de óxido de nitrogénio e monóxido de carbono – vai desviar os investimentos para atingir a meta de 2035, que estabelece o fim da venda de veículos a combustão, e solicitaram que as datas fosse prorrogadas.