Estradas e linhas de comboio cortadas, quedas de árvores e danos: Governo acompanha impactos da depressão Martinho

O Ministério das Infraestruturas e Habitação está a acompanhar de perto os impactos da depressão Martinho e as medidas tomadas para minimizar as suas consequências nas infraestruturas e transportes. As principais ocorrências registaram-se na rede ferroviária e rodoviária, devido à queda de árvores e outros objetos nas vias.

De acordo com um comunicado emitido pelo Ministério, “centenas de trabalhadores, nomeadamente da IP e da CP, estão desde a primeira hora a trabalhar ininterruptamente, em articulação com os Agentes de Proteção Civil, para resolver as ocorrências registadas em todo o País”. O Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, agradeceu ainda “o empenho das equipas na resolução dos problemas trazidos pela tempestade e na reposição da normalidade, sem esquecer os prejuízos que o mau tempo trouxe à população”. O governante dirigiu ainda uma palavra de conforto ao maquinista da CP ferido na colisão de um comboio com uma árvore na subida de Paço de Arcos.

A tempestade causou diversas perturbações na rede ferroviária, com várias linhas afetadas:

Linha de Cascais: Circulação interrompida devido a danos significativos na catenária.

Linha do Norte: Circulação reduzida entre Bobadela e Alverca, onde apenas duas das quatro vias estão operacionais.

Linha da Beira Alta: Circulação retomada entre Guarda e Celorico da Beira às 10h50.

Linha do Sul: Circulação suspensa entre Pinheiro e Vale do Guizo.

Linha do Sado: Operacional apenas entre Praias do Sado e Pinhal Novo.

Linha do Douro: Circulação suspensa entre Régua e Marco de Canaveses.

Linha do Vouga: Interrupção entre Águeda e Eirol devido à queda de uma árvore.

Linha do Oeste: Circulação condicionada entre Caldas da Rainha e Leiria devido à queda de árvores e painéis publicitários.

Ramal de Tomar: Circulação normalizada.

Situação nas estradas

A rede rodoviária também sofreu diversas perturbações, com a queda de árvores e painéis a causar constrangimentos em várias vias. “Obstruções resultantes de quedas de árvores e painéis publicitários por todo o país vão sendo ultrapassadas, sem registo de cortes”, refere o Ministério. No entanto, a situação mais crítica ocorre na N120, entre Odeceixe e Aljezur, ao km 128,6, devido a problemas de estabilidade do talude, sem previsão de retoma da circulação. Esta necessidade de encerramento já estava identificada previamente.

Aeroportos e transporte fluvial

A ANA confirmou que os aeroportos nacionais operam sem restrições.

No transporte fluvial, registaram-se supressões de carreiras da TTSL/SOFLUSA durante a tarde e noite de ontem, assim como esta manhã, entre as 06h30 e as 10h00, mas as ligações foram normalizadas. “O mau tempo causou danos em infraestruturas terrestres e marítimas que estão a ser avaliados e acompanhados com intervenções imediatas, de modo a assegurar a continuidade de serviço público em segurança”, informou o Ministério.

A situação mais preocupante regista-se nos passadiços do pontão São Nicolau, no Cais do Sodré, que foram deslocados pela tempestade e serão alvo de intervenção com recurso a uma grua e um rebocador ainda hoje.

Portos condicionados

Os portos também sentiram o impacto da tempestade:

  • Porto de Leixões: Infraestruturas danificadas, mas sem afetação no terminal ou na portaria.
  • Porto de Lisboa: Vários navios de cruzeiro aguardam entrada e outros não conseguiram atracar devido a ondulação de 4 metros na barra. Navios de carga também aguardam melhores condições.
  • Porto de Setúbal: Sem previsão de entrada e saída de navios enquanto persistirem as condições meteorológicas adversas.
  • Porto de Sines: Limitação na entrada de navios em dois dos terminais.

Impactos na habitação

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) está a acompanhar diversas ocorrências reportadas por inquilinos, sobretudo relacionadas com danos em coberturas devido aos ventos fortes. Embora não tenham sido reportadas situações graves, registam-se danos materiais tanto em edifícios como em viaturas estacionadas.

Ocorrências em coberturas e caixilharias foram reportadas nos bairros de Almada, Zambujal, Mário Madeira, S. José, Peniche III, Paranhos (Porto) e Vila das Aves (Santo Tirso). Equipas do IHRU estão no terreno para proceder a um levantamento mais detalhado dos danos.

O Ministério das Infraestruturas e Habitação continua a monitorizar a situação e a tomar medidas para garantir a segurança e normalização dos serviços afetados pela depressão Martinho.

(Em atualização)