“Está a desenvolver-se um grande vácuo na área de controlo de armas”, avisa Kremlin: Rússia sai de tratado militar com a Europa

O Kremlin garantiu, esta segunda-feira, que está a surgir um “vácuo” na área de controlo de armas como resultado das más relações entre diversos países, garantindo que a Rússia não é culpada pela situação, referiu Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.

“Nesta área de controlo de armas, de estabilidade estratégica, está a desenvolver-se um grande vácuo, é claro, que idealmente seria preenchido com urgência por novos atos de direito internacional para regular esta situação”, referiu Peskov, em conferência de imprensa.

“Isto é do interesse de todo o mundo. Mas para que isso aconteça precisamos de trabalhar as relações bilaterais com todo um conjunto de Estados que neste momento faltam”, apontou, acrescentando que “não foi nossa culpa”.

O Tratado de Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE), que remonta ao fim da Guerra Fria, impôs limites à implantação de equipamento militar na Europa. A Rússia suspendeu a sua participação no tratado em 2007 e “interrompeu completamente” a participação em 2015.

Putin assinou um decreto neste mês denunciando simbolicamente o tratado após um debate e votação no Parlamento russo sobre o assunto.

A Rússia suspendeu recentemente uma série de acordos de controlo de armas com países ocidentais, incluindo o novo tratado START, que regula a proliferação nuclear, e começou a mover armas nucleares táticas para a vizinha Bielorrússia.

As relações entre Moscou e os países ocidentais caíram para o nível mais baixo desde a Guerra Fria, depois de Putin ter enviado dezenas de milhares de soldados russos à Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, no que diz ser uma “operação militar especial” para proteger a própria segurança da Rússia contra as autoridades pró-ocidentais em Kiev.

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