Escalada de preços na habitação: Comprar casa exige quase mais um ano de rendimentos

As condições de acesso à compra de casa voltaram a dificultar-se devido à rápida aceleração da subida dos preços da habitação, bem acima do aumento dos rendimentos das famílias.

De acordo com uma análise da Comissão Europeia aos mercados da habitação de 11 Estados-membros, no ano passado, comprar casa passou a exigir praticamente mais um ano de rendimento disponível.

Na análise, citada pelo Jornal de Negócios, é explicado que comprar uma casa de 100 metros quadrados passou a implicar 9,6 anos de rendimento disponível per capita das famílias, quando um ano antes, em 2021, estava em 8,8 anos o rácio de acessibilidade, o que significa um agravamento de 0,8 anos de adicional de rendimento exigido, em média.

O agravamento das condições de acessibilidade à compra de casa ocorre quando a Comissão Europeia estima que os preços da habitação tenham subido 17,8% em termos nominais, 11,1% em termos reais.

Olhando à mesma análise, mas focada nos países analisados e na realidade vivida após a pandemia da Covid-19, Portugal verifica uma subida desde 2019. Desde então verificou-se um aumento de dois anos no rácio de acessibilidade: atualmente nos 9,6, a média era de 6,5 entre 2013 e 2018.

O mesmo relatório destaca que a Comissão Europeia estima que as casas estão sobreavaliadas em 35,7% em 2022 (em 2021 era de 22,5%), mas Bruxelas avisa que é “improvável uma correção dos preços”.

Por outro lado, é antecipada uma desaceleração e, no que respeita ao rácio de acessibilidade, Bruxelas prevê para 2023 e 202024 uma melhoria, devido às estimativas que apontam para que os rendimentos cresçam acima dos preços da habitação nestes dois anos.

Ler Mais