Envelhecimento da população portuguesa com impacto de 5% no PIB até 2040
Atendendo à trajetória ascendente de custos que representa, o envelhecimento da população fará aumentar os requisitos de dívida e financiamento de muitas economias avançadas nas próximas décadas, segundo apurou o mais recente relatório da Moody’s, divulgado esta quarta-feira, dia 4 de março.
O relatório de Moody’s abrange Portugal, Espanha, Áustria, Bélgica, Alemanha, Grécia, Itália, Japão, Coreia, Holanda, Polónia, e Suíça. Estes países não são apenas os que mais envelhecem globalmente, mas as simulações de Moody’s sugerem que seus saldos fiscais – contramedidas ausentes – se deteriorarão significativamente até 2040, com todos, exceto a Alemanha, a registarem potencialmente um défice fiscal.
Esta análise destaca ainda que, em simultâneo, fruto da redução da força de trabalho e da poupança das famílias, existirão maiores restrições ao financiamento para os governos, um quadro que eleva a fasquia em termos políticos no que toca à consolidação fiscal, eventuais taxas de juros mais altas ou ainda de possíveis participações superiores em dívidas por parte banco central.
“Novas e mais amplas lacunas de financiamento para os governos, devido ao envelhecimento, assim como a ausência de medidas para compensar essas tendências, teriam efeitos indiretos sobre os custos de empréstimos e acessibilidade da dívida”, reforça Christian Fang, vice-presidente e analista assistente da agência. “Embora os bancos centrais possam intervir para manter um controle sobre as taxas de juros, isso pode apresentar desafios relacionados ao desenho e à eficácia da política monetária”, conclui.
No que concerne à poupança, a Moody’s antevê que a curto e médio prazo, as taxas de poupança das famílias possam aumentar mas, a longo prazo, tudo indica que o envelhecimento da população levará a uma redução das taxas de poupança das famílias à medida que a proporção de aposentados e a população em idade ativa aumente.