Ensaio. Tesla Model X Plaid: 1.020 CV de prazer e contenção

Este modelo não é propriamente novo no mercado. Foi renovado e trouxe com ele a versão Plaid com 1020cv.

Eu, que adoro motores a combustão, começo a estar cada vez mais rendido à eletrificação. E existem dois caminhos: ou nos tornamos avessos à mudança ou fazemos parte da mesma e, nessa circunstância, vejamos o que esta tem para nos oferecer.

Para o fazer tenho de contextualizar o meu percurso profissional. Tenho formação superior em IT e posteriormente em marketing, comunicação e gestão. Portanto, quando olho para o mercado tenho que me basear no que é marketing (e a Tesla tem muito) mas também no IT (e também aqui esta marca trouxe muitas novidades quando surgiu).

Considerações à parte, o desenho de qualquer um dos Teslas é sempre subjetivo: é bonito, é feio, falta-lhe arrojo, é demasiado arrojado. Tudo isso são considerações, diria subjetivas, mas que, em minha opinião, a marca criou uma disrupção no mercado. Pessoalmente gosto do seu desenho. Não é, simplesmente a “última bolacha do pacote” mas é suficientemente atrativo para manter viva a “chama” de muitos clientes. E este é um chamariz também do modelo X. O SUV X é robusto, com aspeto fiável e, que no dia-a-dia, sobressai quando circula nas cidades, estradas e autoestradas.

A Tesla tornou-se, como a Apple, uma Love Brand. O X é exatamente isso: um modelo com uma imagem jovem, de futuro, elegante e que cativa desde o jovem até ao sénior.

Mas o que tem o X de diferente? Tudo!

Exteriormente, a par da robustez que a sua dimensão também ajuda a conceptualizar, são as asas de Falcão que o distinguem, as portas automáticas, a usabilidade e user Experience, mas também o software que desenvolveu. Lá está, veio ao de cima a minha formação em IT pois aqui encontramos inovação, arrojo e usabilidade para o condutor e demais passageiros.

Não é que as outras marcas não o fazem. Mas cada uma aponta um caminho para o seu percurso na eletrificação.

Se o desenho exterior cativa, também o seu interior: minimalista mas voltado essencialmente para a usabilidade e user experience. Já me estou a repetir!!

Assim que acedemos ao interior ficamos com a noção que o mesmo faz parte de nós – e isto não é único da TESLA – encaixamos no carro e o carro em nós. Encontro isto em vários automóveis que ensaio e é um deleite quando isso acontece. É como se vestíssemos um fato à medida. Tão bom!

Voltando a minha formação de base, fico rendido ao painel de instrumentos minimalista e a um ecrã central que concentra todas as funcionalidades do automóvel, ainda por cima, com um software que foi desenhado com um interface focado no cliente para ser simples e user friendly.

No tablier não existem botões físicos. OK, mas temos alguns no volante. Sim, mas são poucos e possuem o YOKE (a nova interpretação do volante), que para alguns é difícil de utilizar, mas que pessoalmente gosto – e digo-o com substância – pois utilizei o mesmo em cidade, autoestrada, sendo que na maior parte do ensaio por estradas nacionais E, uma vez “mudando o chip” – o nosso – rapidamente nos convertemos a este novo modo de conduzir.

Além disso e falando de tecnologia desapareceram duas hastes no volante – os indicadores de mudança de direção e dos limpa-vidros (seria interessante perceber também o que implicou em termos de redução de peças e de custos) – já para não falar da alavanca da caixa de velocidades que passou para … o ecrã central. E onde ficaram colocados? No volante, onde basta mudar o dedo e rápida e intuitivamente acedemos aos piscas e aos limpa-vidros.

Em termos de espaço interior o X tem seis lugares individuais que facilmente nos acolhem num cenário futurista e envolvente. É certo que os últimos dois lugares têm acesso mais restrito, mas nada de trágico.

E em estrada?

O X como qualquer outro Tesla que tenha um ou dois motores elétricos já por si é surpreendente em termos de rapidez, mas quando utilizamos o mesmo com tração às quatro rodas e, no caso presente com três motores elétricos e 1020 cavalos é que nos apercebemos da brutalidade das acelerações e também da eficácia do comportamento que este modelo traz consigo.

Mais uma vez aqui é importante que nós, como condutores, “mudemos o chip” e percebamos a enormidade de cavalos que temos disponível e o modo como interagimos na estrada pois facilmente atingimos velocidades… estranhas.

Atualmente o mercado coloca todas as fichas na eletrificação e, nesse sentido, dado o privilégio que tenho de testar este e outros modelos saio rendido ao excelente trabalho que esta marca e todas as outras, sem exceção, estão a fazer para nos oferecer todo um mundo novo com modelos e soluções desenvolvidas e criadas propositadamente para o setor elétrico.

E, sejamos claros! Este não é um trabalho fácil para as marcas: desbravar novos caminhos não é fácil, acertar no que o cliente procura e aceita também não, mas para os céticos que ainda se assustam com a eletrificação tenhamos a certeza que a eletrificação veio mesmo para ficar.

É certo que vamos ter desafios relacionados com o número de postos de carregamento, capacidade da rede elétrica, disponibilidade dos postos de carregamento junto às nossas residências, entre outros, mas é isso que é bonito neste mundo: novos desafios, novas ideias. Todos havemos de lá chegar!

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