Ensaio: Nissan ‘eletrifica’ Estocolmo com os primeiros ensaios de estrada do ARIYA e do Qashqai e-POWER

Por Jorge Farromba

Nissan ‘eletrifica’ Estocolmo com os primeiros ensaios de estrada do ARIYA e do Qashqai e-POWER – o Qashqai, porque foi o responsável pela criação deste segmento dos SUV e que obrigou toda a concorrência a ir atrás. Hoje, o caminho já é bem diferente de 2007 pois a marca responde com a tecnologia híbrida. O ARIYA porque marca o lançamento do primeiro SUV totalmente elétrico da marca.

A Nissan pretende com isto já em 2023 não investir mais em motores a combustão para, em 2026, ter já 75% da sua oferta eletrificada e, em 2030, atingir os 100%.

O ARIYA é a aposta da marca no sector dos crossovers elétricos onde foi depositado todo o know-how na construção de um modelo que transmite o legado da marca, os valores, o desenho japonês, o traço minimalista e a inovação, num modelo que chega ao mercado já nos finais de agosto e que a marca pretende, tal como no QASHQAI, marcar uma posição de referência.

Se o Qashqai foi reformulado tendo em vista um público alvo que, neste segmento, ainda não se sente 100% confortável com a tecnologia elétrica (utilização de tecnologia híbrida), era fundamental a Nissan posicionar-se com um novo SUV, este totalmente elétrico e para isso inovou, apresentando a sua interpretação, mas também um regresso às origens da marca, principalmente ao nível dos detalhes das tradições do País do Sol Nascente.

E, este é claramente o modelo que pretende definir o caminho da eletrificação da Nissan.

Combina, segundo o diretor de marketing, o desenho japonês, mas também:

• Timeless japanese futurism

Sleek – Design and Dynamic Surfaces – a homogeneidade das formas, o apelo à robustez, à elegância e a alguma “desportividade”;

Seamless – Tailored with precision – o modo como as superfícies foram esculpidas;

Confident – Crossover proportions and stance – Postura das suas linhas.

E é um pouco disto tudo que o Ariya tenta, exterior e interiormente, transmitir.

Na apresentação, ambas as cores eram interessantes, sendo que a cor clara lhe dá uma jovialidade interessante e o verde-escuro uma elegância mais tradicional – ou seja, serve vários públicos.

No interior, a primeira nota é para a abertura das portas quase a 90 graus, para a grande qualidade dos materiais, para os botões hápticos (não basta colocar o dedo para selecionar o comando, mas é necessário clicar nos sensores digitais), no desenho minimalista e elegante do interior; diria que, esculpido com um único traço e onde sobressai aquilo que a marca denomina como uma derivação de um lounge.

Certo é que os bancos nos acolhem muito bem, e que além de serem elegantes e confortáveis são ergonómicos; a consola central flutuante avança ou recua por toque num botão e, propositadamente, a marca quis manter alguns dos botões (hápticos) alojados abaixo do ecrã central mas também na consola central.

O espaço interior é, de facto imenso, muito devido à plataforma criada de raiz para este modelo, onde todo o piso do interior … é plano.

O próprio modo como a marca (conceito “MA”) incluiu apontamentos em imitação de alcântara (tablier), painéis em madeira, materiais moles ao longo de todo o habitáculo, ou a iluminação com vários pequenos leds, criam uma atmosfera única e envolvente… muito associada a tranquilidade e à cultura japonesa que tanto apreciamos.

Numa sociedade que hoje, fruto da pandemia da Covid-19, tanto se alterou e se procura manter o balanço entre vida pessoal e familiar, este ARIYA posiciona-se nesse universo de tranquilidade que se pretende alcançar ao dia de hoje, mas também conseguindo respeitar o meio ambiente.

Construído na fábrica de Tochigi – a Nissan State of Art factory, a marca socorre-se do tal regresso às origens em todos os detalhes desde o conceito “Kumika”; “Iki” (user design e user experience) mantendo não somente a tradição mas todos os elementos de segurança ativa e passiva que hoje são obrigatórios.

E, em estrada?

Aqui revela-se confortável, sem ruídos aerodinâmicos, muito previsível, com:

– uma direção comunicativa
– confortável
– com um bom comportamento
– previsível
– eficácia do eixo dianteiro na inserção em curva e acompanhamento do eixo traseiro na trajetória
– boa estabilidade direcional
– e, utilizando o seu potencial ao máximo (velocidade máxima limitada de 170km/h), o Ariya, mesmo pelo seu peso e leis da física, reage a esse facto, em curva, de modo progressivo, muito também pelo equilíbrio de 50/50 conseguido pela marca, tornando-o previsível e competente em curva.

As acelerações são rápidas sem serem vertiginosas; impera o conforto de rolamento e a preservação da autonomia das baterias, mesmo no modo de condução Sport (restantes modos – Eco, Standard).

Em resumo, a marca soube inovar, regressando às suas origens na arte de bem fazer automóveis e de trazer a cultura japonesa para o automóvel.

Surge aqui com duas baterias de 63kwh (autonomia WLTP de 403km), 87kwh (533km em WLTP) e o de 4-wheel drive (e-4force e 87kwh de 500km) com preços que se iniciam nos 49.200€ e terminam nos 59.700€ com o máximo de equipamento, em modelos disponíveis já a partir de agosto.

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