Ensaio Ford Explorer AWD 340 CV: o SUV americano elétrico reinventado para a Europa
Ford Explorer uma lufada de ar fresco na marca
Há vários anos a presença da Ford no mercado nacional era muito relevante seja em vendas, na distribuição e mesmo na notoriedade. Com a redefinição da gama, a marca perdeu modelos emblemáticos como o Fiesta, Sierra e o Escort, por exemplo, e teve ainda de se adaptar a realidade atual da eletrificação.
Ciente disso lançou o Ford Mustang e atualmente recuperou um dos nomes icónicos – pelo menos no mercado norte-americano – de um grande SUV de sete lugares para o segmento C-SUV elétrico e com perto de 400kms de autonomia (WLTP até 566km).
À parte disso foi necessário reformular as suas fábricas, principalmente em Colónia e fazer uma parceria com a Volkswagen para a produção deste modelo, com a utilização da plataforma e outros componentes.
O Explorer tem ADN próprio até mesmo na sua estética exterior. Desenho expressivo com uma frente fechada na sua grelha e os faróis colocados no topo e nos extremos da carroçaria. Na lateral, segue muito da filosofia alemã com bastante chapa e uma superfície vidrada mais pequena, terminando numa traseira com as cavas das rodas saídas que percecionam alguma desportividade. Atrás, o portão é vertical mas com uma assinatura luminosa que cativa – pelo menos ao autor deste ensaio.
Já no interior encontramos algumas concessões fruto da sinergia com o grupo Volkswagen tanto na plataforma como nalguns instrumentos utilizados como podem ser os indicadores mudança de direção e da alavanca da caixa de velocidades. Esquecendo isso, o Explorer possui um interior bem concebido, diferente mas interessante, bem construído. No topo do tablier sobressai um coluna Bang & Olufsen que cobre quase 3/4 do tablier, vários plásticos moles mesmo nas laterais das portas, forradas a pele sintética.
O volante, no que parece agora ser tradição, é não circular – retangular nos topos – e uma consola central que agrega um painel de infotainmet que congrega todas as funções do automóvel, mesmo o ar condicionado e os vários modos de condução. Não existem botões físicos. Quanto à ergonomia é boa e os bancos integrais, elétricos, em pele contribuem para tal.
Em termos dinâmicos o Explorer sobressai por uma condução competente, onde não existe muito adornamento mas também por uma direção que mesmo na opção Sport é leve. Pelo fato de ser também um tração total garante um comportamento bastante rigoroso em autoestrada, mas obviamente, é em estrada com curvas mais encadeadas que se nota o bom trabalho nas suspensões que privilegiam mais a eficácia.
O compromisso da marca entre conforto e comportamento está bem conseguido e se for possível fazer um resumo diria que o Explorer com os seus 340cv é um produto interessante com muito mais pontos positivos, com um bom espaço interior, bem construído, elegante, uma boa capacidade da bagageira e um bom aproveitamento da plataforma da Volkswagen.
Disponível nesta versão a partir dos 48.000€ até aos 52.000€ da versão de ensaio