Empresas na Zona Euro sentem aperto das condições económicas. Subidas de custos cortam rentabilidade, diz BCE
Entre outubro de 2021 e março de 2022, as grandes empresas nos países do euro conseguiram aumentar os volumes de negócio e os lucros, o que também foi possível observar ao nível das Pequenas e Médias Empresas (PME), embora em menor grau e com reduções da rentabilidade.
Dados do Banco Central Europeu (BCE), divulgados através da análise “Survey on the Access to Finance of Enterprises” esta quarta-feira, dia 1 de junho, revelam que 89% das quase 11 mil empresas abrangidas apontou como as principais causas da diminuição dos lucros os aumentos dos preços das matérias-primas e da energia.
Ainda, 66% das empresas identificou também a subidas dos custos laborais, como salários, contribuições sociais e outras taxas, como um fator de redução da rentabilidade dos seus negócios.
Aponta o estudo do BCE que os aumentos dos preços da energia e as perturbações nas cadeias de abastecimento estão “provavelmente relacionadas, em parte, com a invasão russa da Ucrânia”, e sublinha que e expectável que o conflito continue a afetar esses preços.
Sobre o aumento da inflação, que subiu para o novo recorde de 8,1% em maio na Zona Euro, 58% empresas identificam-na como sendo uma das principais causas do aumento dos preços.
Tanto as PME como as grandes empresas sentiram que, no período em análise, reconheceram que foi mais difícil aceder a financiamento externo, que apesar de ter continuado a fluir, fê-lo a um ritmo mais lento. Ainda assim, as empresas notaram ligeiras melhorias no acesso a fundos externos, que permitiram colmatar, em grande medida, os aumentos das suas necessidades financeiras.
As empresas sentiram também o aperto das condições financeiras, com 34% a apontar os aumentos das taxas de juro como a razão, a percentagem mais alta desde 2012, aponta o estudo