
É oficial: BCE sobe taxa de juro em 50 pontos base para 2,5%
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que decidiu aumentar em 50 pontos base a taxa de juro dos depósitos nos 2,5% e de refinanciamento nos 3%.
As taxas de juro aplicáveis aos depósitos serão aumentadas para, respetivamente, 3,00%, 3,25% e 2,50%, o nível mais elevado desde 2008, com efeitos a partir de 8 de fevereiro de 2023.
“O Conselho do BCE decidiu hoje proceder a um aumento de 50 pontos base das três taxas de juro diretoras do BCE, as quais espera continuar a aumentar.”, escreve o BCE em comunicado.
We raised interest rates by 0.5 percentage points.
See our latest monetary policy decisions https://t.co/m4C5jKNH0j pic.twitter.com/EopgGBQEcE
— European Central Bank (@ecb) February 2, 2023
“Manter as taxas de juro em níveis restritivos reduzirá, com o tempo, a inflação [que cifrou-se em 9,2% em 2022], ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação”, pode ler-se no comunicado.
Esta subida dos juros vai impactar as taxas Euribor, que vão também subir e tornar o crédito mais carro. Prestações das hipotecas, por exemplo, vão sofrer com esta subida.
O banco central anunciou igualmente um novo aumento de 50 pontos base para a próxima reunião que será realizada em março. “Atendendo às pressões sobre a inflação subjacente, o Conselho do BCE tenciona aumentar as taxas de juro em mais 50 pontos base na próxima reunião dedicada à política monetária, em março, e avaliará então a trajetória subsequente da política monetária.”
“Estas subidas das taxas de juro refletem o compromisso dos bancos centrais em controlar a inflação, sendo que essa necessidade faz-se sentir mais intensamente do lado de cá do Atlântico, onde os números continuam mais elevados e daí a maior subida dos juros na Zona Euro e na Grã-Bretanha”, explica Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades.
Para o analista, permanece a incerteza face à possibilidade de uma recessão. “A principal preocupação dos bancos centrais neste momento será controlar a inflação, mas sem estrangular demasiado a atividade económica através de uma política monetária demasiado restritiva. Daí que as taxas continuem a subir, mas que tal aconteça agora de forma mais moderada”.
Num cenário onde os bancos centrais começam a moderar a sua postura hawkish, o apetite pelo risco tem vindo a crescer nas últimas semanas.