
Dólares, libras e francos: Que impacto estão a ter as decisões dos bancos centrais nas moedas?
Na última semana, a Reserva Federal dos EUA trouxe boas notícias para o dólar ao manter a política monetária estável e sinalizar que não terá pressa em baixar as taxas de juro nas próximas reuniões. Joana Vieira, Partner da Ebury Portugal, comentou que “os receios em torno das repercussões da política comercial errática do presidente Trump na economia dos EUA têm martelado o dólar até agora este mês”.
Na quarta-feira, o FOMC reduziu as previsões de crescimento dos EUA, mas “também meteu água na fervura sobre a possibilidade de uma recessão” e sugeriu que o ritmo de redução das taxas de juro deverá ser gradual em 2025. “É claro que muito dependerá do impacto das tarifas sobre os dados económicos concretos e o comité irá sem dúvida acompanhar de perto as consequências das tarifas de Trump, que deverão ser anunciadas na próxima quarta-feira”, disse Joana Vieira.
No Reino Unido, o Banco de Inglaterra manteve as taxas de juro estáveis, mas deu uma “ligeira reviravolta hawkish nas suas comunicações”, segundo a analista, ao aumentar a previsão de crescimento a curto prazo e afirmar que a inflação atingiria um pico mais alto do que o anteriormente previsto. Isso contribuiu para um apoio modesto à libra.
Por outro lado, o Banco Nacional Suíço decidiu reduzir a sua taxa de política monetária em mais 25 pontos base, uma medida que, de acordo com Joana Vieira, “parece bastante provável ser o último corte no atual ciclo”. Além disso, sublinhou que, com exceção dos desenvolvimentos tarifários, os mercados se concentrarão nos números do PMI da atividade empresarial do G3 para março, nos números da inflação do Reino Unido na quarta-feira e na métrica preferida da Reserva Federal dos EUA para medir a inflação, o índice PCE, na sexta-feira.