Documentos sobre batalhas judiciais dos Beatles vendidos por 11 mil euros em leilão

Documentos judiciais ligados aos Beatles, esquecidos num armário desde a década de 1970, foram vendidos em leilão por quase 11 mil euros, anunciou na quinta-feira a leiloeira britânica Dawsons.

Esquecidos num armário desde a década de 1970, os documentos legais lançam uma nova luz sobre o fim dos Beatles.

Entre estes estão cópias de atas de reunião de um conselheiro dos Beatles, intimações judiciais e uma cópia da escritura original de parceria do grupo de 1967.

Embora as diferenças criativas, a pressão da fama e a mulher de John Lennon, Yoko Ono, tenham sido responsabilizadas pela separação dos “Fab Four”, estes documentos lançam luz sobre as inúmeras batalhas legais que também pesaram na vida da banda.

Entre elas, a lançada por Paul McCartney contra a decisão dos restantes membros de contratar Allen Klein como manager, após a morte de Brian Epstein.

Seguiu-se uma batalha perante o Supremo Tribunal de Londres, lançada por McCartney contra o grupo, e que revelou a má gestão de Klein.

“Seria quase impossível exagerar a complexidade dos vários acordos jurídicos celebrados por Lennon, McCartney, Harrison e Starkey (Ringo Starr)”, lê-se num dos documentos.

A questão dos ‘royalties’ de música e filmes, bem como a incapacidade de Klein em apresentar contas anuais às autoridades fiscais estão no centro das questões que dividiram o grupo.

“Mesmo que o John, o Paul, o George e o Ringo estivessem cansados de serem os Beatles e quisessem gravar e atuar como artistas individuais, deve ter sido um momento difícil para todos eles”, tinha explicado, antes do leilão, Denise Kelly, chefe do departamento de entretenimento e cultura popular de Dawson.

A separação foi anunciada em 1970 por Paul McCartney, mas o processo de separação judicial só foi finalizado em 1974.

Do documento que formaliza a separação ao primeiro contrato discográfico, os leilões em torno dos Beatles têm-se multiplicado nos últimos anos.