
Diretores de escolas dizem que falta de professores “poderá ser a próxima pandemia em Portugal”
Em dia em que o STOP (Sindicato de Todos os Profissionais da Educação) arranca com uma nova greve de três dias, pelo novo modelo de concurso e exigindo a recuperação integral do tempo de serviços, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep) manifesta-se preocupada, não com os efeitos que as sucessivas paralisações possam ter no aproveitamento dos alunos, mas sim com a falta de docentes, até porque foram decretados serviços mínimos para a paralisação.
Filinto Lima, presidente da Andaep, explica em entrevista à SIC que “os alunos não estão a ter aquelas consequências ao nível das aprendizagens que muitas vezes se vê na opinião pública” e que “a grande instabilidade tem a ver mais com a vida dos pais”.
Por outro lado, o responsável destaca que há 18 mil alunos, já identificados pelo Ministério da Educação, sem professores a pelo menos uma disciplina, desde início do ano letivo. “Essa é que deve ser a grande preocupação”, aponta Filinto Lima.
“A escassez de professores é um problema que eu penso que poderá ser a próxima pandemia em Portugal. Não há professores, não há jovens que queiram seguir a carreira docente e há muitos professores que estão a aposentar-se”, alerta o presidente da Andaep.
Perante o descontentamento e o desacordo com o Governo, que continuam a motivar protestos no setor da educação, Filinto Lima deixa um apelo a Marcelo Rebelo de Sousa, que tem nas mãos o documento com as medidas do Executivo para a contratação de professores, com o novo regime de concursos.
“Pedimos que rapidamente tome uma decisão”, apela o responsável, dizendo que o consenso entre Ministério da Educação e professores “está longe de acontecer” .
“Estamos praticamente desde o início deste ano letivo numa luta intensa de professores com o Ministério da Educação. Não há fim à vista, não há solução que se vislumbre”, lamenta.
Ao mesmo tempo, continua a decorrer, até 12 de maio, a greve por distritos convocada pela Fenprof, para todos os dias, a partir das 12h00, e que esta quarta-feira acontece em Portalegre.