“Devolvam-nos as armas nucleares”: Zelensky quer alternativa se Ucrânia não aderir à NATO

Volodymyr Zelensky apelou esta terça-feira à devolução das armas nucleares à Ucrânia se a adesão à NATO ficar “parada durante muitos anos”. Em entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, o presidente ucraniano salientou que as armas nucleares são garantia de segurança suficiente se Kiev não aderir à aliança militar.

“Se o processo de ingressar na aliança for prolongado por anos ou décadas – não por causa da Ucrânia, mas por causa dos seus parceiros – a Ucrânia perguntará corretamente o que o protegerá desse mal”, referiu Zelensky. Nesse caso, apontou, os parceiros devem fornecer um número suficiente de mísseis e até devolver armas nucleares à Ucrânia, além de ajudar a financiar um exército de um milhão de soldados para impedir a Rússia, para que as pessoas tenham tranquilidade.

Zelensky acrescentou que, se a Ucrânia não se tornar parte da NATO”, Putin deve abandonar completamente o nosso território”, referiu. “Ele (Putin) atacou porque temia que nos tornássemos membros da NATO. Bem, não somos membros. Isso deve ser considerado assim”, acrescentou o presidente da Ucrânia, salientando que a Rússia também deve pagar compensação financeira por todos os danos causados ​​à Ucrânia.

Sob o memorando de Budapeste de 1994, a Ucrânia concordou em desistir de armas nucleares que herdara da antiga União Soviética. Em troca, a Rússia, o Reino Unido e os Estados Unidos concordaram em não usar a força militar ou a coerção económica contra a Ucrânia, a menos que em legítima defesa “ou de outra forma de acordo com” a Carta das Nações Unidas.

Nos 30 anos e dois meses desde que o acordo foi assinado, a Rússia invadiu a Ucrânia duas vezes – matando ou ferindo centenas de milhares de ucranianos nos últimos três anos.