Desde a clonagem de chaves à invasão de apps: há cinco maneiras através das quais o seu carro pode ser roubado
A crescente tecnologia presente nos carros pode potenciar o roubo: de acordo com a publicação espanhola ’20 Minutos’, um dos últimos relatórios criminais do Ministério do Interior do país vizinho denunciou que no primeiro semestre de 2024 houve um aumento de roubos de veículos de 2,5% face a igual período do ano anterior – ou seja, são roubados até 89 carros todos os dias.
Parte da explicação para este aumento está no facto de os ladrões se terem atualizado, assim como os carros: desde a digitalização começou a dominar este setor, também os ‘amigos do alheio’ estão cada vez habilitados a invadir os seus sistemas.
De acordo com a RACE (Royal Automobile Club da Espanha), isto é possível “porque os veículos novos que saem das concessionárias estão ligados à internet”, não só porque também são “geridos por uma infinidade de centrais com software que controla o seu funcionamento através de uma rede interna”. Assim, a associação alertou para as formas mais comuns pelas quais um carro por ser hackeado.
Uma dessas formas de hacking é através do OBD-II: atualmente, todos os carros novos que saem de uma concessionária possuem uma porta OBD que serve para ligação à unidade de controlo do carro. De acordo com a associação, esta é uma das opções mais comuns de roubo. USB é outra porta a ter em conta porque “podem manipular o veículo conectando-se a uma porta USB e introduzindo malware”.
O acesso remoto à rede interna do veículo pode ser feito “através da rede CAN do veículo e manipular os travões ou a direção” – além disso, podem obter informações sobre o carro através do sistema de infoentretenimento.
Os responsáveis da RACE alertaram ainda para a clonagem de chave eletrónica: um grande número de veículos usa estas chaves para abrir e fazer a ignição. “Emite sinais que os ladrões podem intercetar e clonar”, afirmou o organismo, salientando que este método é conhecido como ataque de retransmissão e é cada vez mais utilizado.
Por último, a aplicação automóvel instalada nos smartphones também é suscetível aos hackers. Segundo a RACE, se o telemóvel “tiver uma aplicação que controla e faça a gestão de alguns parâmetros do carro, esta poderá ser hackeada para controlá-lo caso não tenha medidas de segurança cibernética bem implementadas”.
A digitalização melhorou a segurança dos automóveis e o seu conforto, mas também abre a possibilidade de pirataria informática aos ladrões. Por este motivo, desde 1 de julho último, os automóveis vendidos na Europa devem cumprir os regulamentos de segurança WP.29. “Este conjunto de regulamentos internacionais estabelece padrões mínimos de cibersegurança – o software instalado nos automóveis deve ser protegido, pelo menos, de até 70 ameaças informáticas diferentes – que os fabricantes devem cumprir antes de colocar qualquer modelo à venda no mercado”, explicou a RACE.